Filho de uma família de classe média alta, Rodrigo Muxfeldt Gularte nasceu em Foz do Iguaçu (PR) em 31 de maio de 1972. O pai, o médico gaúcho Rubens Borges Gularte, hoje vive na pequena cidade de Imbuia, no Vale do Itajaí (SC). A mãe, Clarisse Muxfeldt, é herdeira de uma família de produtores de soja.
Aos 9 anos, Rodrigo se mudou com a família para Curitiba, onde adorava andar de skate na Praça da Ucrânia, no Bigorrilho. Estudou na Escola Nossa Senhora de Sion e no Positivo. Passou parte da infância e da adolescência entre a casa de praia dos pais no litoral do Paraná e a fazenda da família no Paraguai. Preferia a Praia Brava, em Caiobá, onde aprendeu a surfar ainda pequeno.
A rotina de Rodrigo começou aos 13 anos, com os primeiros contatos com maconha, e pioraram com o divórcio dos pais. Aos 16 anos foi submetido ao primeiro tratamento contra a dependência química.
Logo que completou 18 anos ganhou um carro da mãe e provocou um acidente de trânsito em Curitiba quando estaria sob efeito de álcool. Nessa época fez novo tratamento por uso de drogas. Depois desse episódio, fez uma viagem com amigos pela América Latina. Mais tarde, conheceu os Estados Unidos e a Europa.
Duas vezes tentou abrir um negócio próprio com ajuda da mãe, sem sucesso. Primeiro uma creperia em Curitiba, depois um restaurante em Florianópolis (SC), onde morou por cinco anos até ser preso na Indonésia. Tentou três cursos superiores, não concluiu nenhum. O último deles, Letras na Universidade Federal de Santa Catarina, o fez se fixar em Florianópolis.
Surfista, alto e boa pinta, na capital catarinense se envolveu com a professora Maria do Rocio Pereira, 13 anos mais velha, e com ela teve um filho. Jimmy Haniel Pereira Gularte hoje com 21 anos, é autista. À imprensa catarinense, Maria afirmou que logo após o nascimento Rodrigo disse não ter condições de assumi-lo. Depois da prisão, não tiveram mais contato.
A família reconhece que Rodrigo errou no caso da cocaína nas pranchas de surf, mas diz que ele nunca foi um traficante, antes um jovem cooptado pelo tráfico que fez a viagem para sustentar o próprio vício. (MK)