
A queda nas temperaturas, os feriados prolongados e as campanhas de vacinação contra a gripe em empresas fizeram com que o número de doações no banco de sangue do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná caísse pela metade nas últimas duas semanas. O número de doadores, que geralmente fica em torno de 60 por dia, tem sido em média de 30.
De acordo com o chefe do serviço de Hemoterapia do HC, Giorgio Roberto Baldanzi, somente na semana passada duas coletas externas, nas quais deveriam participar cerca de 100 doadores, foram canceladas. "Quando chegamos nas empresas, descobrimos que os funcionários estavam recém imunizados pela vacina da gripe, o que os impede de doar sangue", conta.
Além disso, Baldanzi conta que nas últimas semanas, de cada dez doadores que chegavam voluntariamente ao banco de sangue, um acabava impedido de doar por ter tomado a vacina. Segundo ele, o jeito foi controlar o estoque para não faltar. "Restringimos alguns procedimentos clínicos. Pacientes com anemia ou quimioterapia que precisariam de três bolsas de transfusão estão recebendo apenas duas", exemplifica. Entretanto, o médico faz questão de deixar claro que não é contra a vacina. "Só queremos chamar a atenção para essa dificuldade e pedir que as pessoas que estejam bem de saúde venham doar", afirma.
Baldanzi explica que o recomendado é que se espere pelo menos quatro semanas após a imunização para fazer a doação. Isso porque a vacina é feita com o vírus atenuado. Se uma pessoa que foi recém vacinada doar sangue, esse vírus pode ser transmitido para um paciente imunosuprimido, ou seja, que está com deficiência no sistema imune, e causar uma série de complicações.
Hemepar
No Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), o movimento também tem sido menor. De acordo com a assistente social do Departamento de Captação, Maria das Dores Tucunduva, as doações caíram em média 20% desde o dia 19 de abril. "A cada mês temos uma produção de cerca de 260 bolsas de sangue, neste período foram 217", afirma.
Segundo Maria das Dores, o Hemepar teve de lançar mão de mecanismos alternativos para a captação de doadores. "Além das coletas nas empresas, usamos o serviço de mala direta para convocar os doadores cadastrados no nosso banco de dados e as solicitações via telefone para grupos sanguíneos específicos", afirma. Segundo ela, o tipo de sangue "O negativo" é o mais requisitado, por ser o doador universal.
A assistente social chama a atenção para o fato dos meses de junho e julho costumarem ser os mais críticos do ano, o que significa que o quadro pode piorar. "O frio e as férias escolares contribuem para que diminua ainda mais o número de doadores", diz.
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