Margareth estava foragida desde 20 de março| Foto: Carlos Junior

Marido de doceira recebe alta

O marido da doceira Margareth Aparecida Marcondes, Nercival Cenedezi, recebeu alta do Hospital Dona Helena em Joinville (SC) neste fim de semana. Ele estava internado desde o dia 22, quando foi encontrado ferido e bastante machucado na casa em que vivia com Margareth. Segundo informações da Polícia Civil do estado vizinho, o homem está morando em Curitiba, onde ele teria parentes.

"Ele vai precisar fazer uma cirurgia na mandíbula nos próximos dias. Ele ainda tem dificuldade para falar", contou o delegado da Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Joinville, Marcel de Oliveira. Oficialmente, o marido da doceira ainda não prestou depoimento. O delegado explicou que irá aguardar o homem se recuperar antes de tentar ouvi-lo. "O depoimento dele pouca representa para nós, não há muito o que acrescentar na investigação. É claro, ele é vítima. É importante, mas ele já falou a familiares que não se lembra de nada."

A previsão é que o depoimento de Cenedezi a polícia catarinense só aconteça daqui a 10 ou 15 dias. Exames laboratoriais no sangue encontrado na casa do casal ainda não foram concluídos e têm prazo de 30 dias para serem enviados à Polícia Civil. Só depois de todas as perícias finalizadas e do depoimento do marido agredido é que o inquérito deve ser encerrado e enviado ao Ministério Público de Santa Catarina.

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A doceira Margareth Aparecida Marcondes, de 45 anos, foi denunciada nesta segunda-feira (16) pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por tentativa de homicídio duplamente qualificado contra cinco adolescentes de Curitiba. Ela foi presa no dia 31 de março, em Santa Catarina, e teria confessado à polícia que colocou veneno de rato nos brigadeiros enviados a Thalyta Machado Teminski, de 15 anos. O objetivo dela era adiar a festa da menina porque já havia gasto o dinheiro recebido antecipadamente.

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Na denúncia, a promotora de Justiça Marilu Schnaider Paraná de Sousa sustenta que, além de utilizar veneno, que por si só já é uma qualificadora para o crime, o fato da substância ter sido inserida nos doces também comprometeu a chance de defesa das vítimas, que não sabiam o que estavam ingerindo.

"(...) a denunciada, ainda em Joinville (SC), preparou diversos brigadeiros, elaborados com pedaços de veneno de rato, fazendo parecer que se tratavam de doces para degustação", diz trecho da denúncia. Um taxista entregou os brigadeiros e os adolescentes passaram mal após ingerir os doces. A aniversariante ficou internada na UTI do Hospital de Clínicas (HC) por mais de uma semana.

De acordo com a investigação, a doceira teria gasto os R$ 6,5 mil pagos pelo pai da garota para festa e estava sem dinheiro para cumprir o contrato com a família. A mulher teria imaginado que conseguiria atrasar a realização da festa. Depois de reorganizar a comemoração, Thalyta celebrou o aniversário de 15 anos neste sábado .

O advogado de Margareth, Haroldo Euclydes de Souza Filho, informou que foi nomeado para defender a doceira no fim da semana passada. "A denúncia (do MP-PR) era esperada. A partir de amanhã (terça-feira, 17) vou tirar cópias dos autos e entrar com a defesa", declarou. Porém, ele não detalhou se deve apresentar pedido para que ela responda o processo em liberdade.

Prisão

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Margareth está detida no Centro de Triagem I, no centro de Curitiba. Além de responder pelos crimes no Paraná, Margareth deve ser acusada também pela Polícia Civil de Santa Catarina de tentativa de homicídio, devido a agressão ao marido Nercival Cenedezi, 49 anos.

Ele foi encontrado gravemente ferido no último dia 22 em Joinville (SC), depois de ter sido espancado pela doceira porque ela não conseguiu coragem para confessar o envenenamento a ele. O homem recebeu alta do hospital em que estava internado neste fim de semana e deve prestar depoimento nos próximos dias (leia mais ao lado).

A promotora paranaense Marilu Schnaider informou, através da assessoria de imprensa, que Margareth está presa preventivamente, sem prazo para ser liberada pela Justiça. Por isso, na denúncia apresentada nesta segunda não houve novo pedido de detenção. Além disso, a promotora explicou que acusa Margareth de cinco tentativas de homicídios porque incluiu na relação de vítimas a irmã de Thalyta. Ela teria provado os brigadeiros, mas não passou mal. A Delegacia de Homicídios havia citado Margareth por quatro casos, somente levando em conta os adolescentes que passaram mal após comer os doces.

O caso

A adolescente de 14 anos, Thalyta Machado Teminski recebeu uma caixa com oito doces, na tarde de 12 de março. Ela e três colegas passaram mal após ingerir parte dos brigadeiros. Um taxista entregou os doces na casa da família da menina, no Jardim Futurama, no Umbará em Curitiba, de acordo com a Delegacia de Homicídios (DH). O homem disse à polícia que uma mulher elegante, bem vestida, o procurou - próximo ao Shopping Pinheirinho - e pediu para entregar a caixa com os doces na casa da menina.

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A adolescente de 14 anos chegou a ter uma parada cardiorrespiratória no dia em que ingeriu os brigadeiros. Dois colegas de Thalyta precisaram ser internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Clínicas (HC). Thalyta saiu do hospital no dia 19 de março.

Outros dois adolescentes, de 13 e 17 anos, deixaram o hospital uma semana antes. O primeiro esteve internado no Centro Municipal de Urgências Médicas (CMUM) do Pinheirinho e teve alta em 13 de março. O outro jovem foi levado para o HC e permaneceu no hospital até quinta-feira (15). A última a deixar o Hospital de Clínicas (HC) foi a adolescente de 16 anos, na terça-feira (20). Ela teve uma lesão pulmonar.

Depois de onze dias desaparecida, Margareth foi encontrada na madrugada do dia 31 por policiais militares na cidade de Barra Velha, no estado vizinho. Ela dormia dentro do veículo, um Renault Symbol, por volta das 3 horas quando foi abordada. Em Joinville, ela confessou o envenenamento e de ter agredido o marido, Nercival Cenedezi, 49 anos.

Segundo a versão contada pela doceira à polícia, o homem foi almoçar em casa no dia 20 de março a pedido de Margareth. Ela teria a intenção de confessar o envenenamento, mas não teria conseguido dizer isso a ele. Por isso, quando ele se abaixou para juntar um objeto no chão da casa, ela bateu na cabeça dele com um objeto de silicone, usado para fazer massas.

Em seguida, Margareth fugiu. Chegou a dirigir até Porto Alegre (RS), onde teria ficado um dia. Depois, retornou a Santa Catarina e teria ficado circulando a partir do dia 21 na região de Barra Velha e Itajaí até ser presa no dia 31 de março.

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