Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
servidores

Docentes acumulam bolsas milionárias em convênios com Dnit e Petrobras

Um núcleo de professores de dedicação exclusiva recebeu nos últimos cinco anos um total de quase R$ 4,5 milhões em bolsas obtidas a partir de convênios e contratos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) com o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) e com a Petrobras. Alguns acumulam benefícios, recebendo mais de uma bolsa de cada vez, e multiplicam seus ganhos a partir dessa prestação de serviços paralela às atividades em sala de aula. Há casos em que as bolsas passam de R$ 177 mil, cada uma. A série de reportagens Universidades S/A mostrou que Dnit e Petrobras usaram a UFPR para evitar licitações em convênios que somam R$ 74 milhões.

O acúmulo de bolsas vem sendo questionado dentro da universidade –pela Procuradoria Federal na UFPR e pelo Conselho Universitário de Planejamento e Administração (Coplad) –, principalmente no que diz respeito à metodologia de concessão. Um levantamento feito pela reportagem nos portais de gestão de acordos da UFPR e de sua fundação de apoio, a Funpar, revela que pelo menos 18 professores mantêm bolsas em mais de um projeto, todos em execução até o início do mês passado.

Nos casos analisados pela reportagem, a maior concentração de benefícios nas mãos dos mesmos docentes ocorre no Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI) – braço da universidade que movimentou R$ 58 milhões em projetos com o Dnit. Quase todos os diretores ganharam para participar dos projetos.

O coordenador do ITTI, professor Eduardo Ratton, foi quem mais ganhou. Ao longo dos últimos cinco anos, recebeu R$ 392,6 mil, em oito bolsas. Até o início de março, quatro projetos em que ele mantém bolsas ainda estavam em execução. Ao final desses trabalhos, ele terá recebido R$ 413 mil.

Outro professor do ITTI, Antonio Ostrensky Neto, já recebeu R$ 145,8 mil, pela participação em cinco projetos diferentes. Quatro deles ainda estavam em execução no mês passado. Quando os serviços forem concluídos, ele terá acumulado R$ 330,7 mil em bolsas. Ostrensky Neto também é diretor do Grupo Integrado de Aquicultura e Estudos Ambientais (GIA), que teve profissionais subcontratados pela UFPR para prestar serviços em obras do Dnit.

Os professores Carlos Aurélio Nadal e Donizeti Antonio Giusti são outros diretores do ITTI que mantêm bolsas sucessivas. Ao final dos projetos em execução, Nadal terá recebido R$ 104 mil, enquanto o colega terá somado R$ 96 mil. Giusti chegou a ser relator no Coplad no processo de análise de um projeto no qual ele ganharia bolsa. Contrariando parecer da Procuradoria Federal, ele defendeu a aprovação do contrato.

Petrobras

Um projeto da Petrobras realizado pela UFPR vai pagar as bolsas mais polpudas. O professor Haroldo de Araújo Ponte e a mulher dele, Maria José Jerônimo de Santana Ponta, foram beneficiados, cada um, com uma bolsa de R$ 177 mil, segundo o portal de gestão de acordos da universidade. De acordo com o plano de trabalho, cada um terá de trabalhar oito horas semanais, ao longo de 36 meses, no projeto.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.