A greve dos professores universitários já atinge 48 universidades federais e mais dois institutos de ensino tecnológico, segundo levantamento do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).
A principal reivindicação dos docentes é a revisão do plano de carreiras. O sindicato defende que o atual modelo não permite uma evolução satisfatória do professor ao longo da profissão. A greve já dura 18 dias.
No ano passado, o governo fechou um acordo com a categoria. Ele previa a revisão do plano de carreiras para 2013, além de um aumento de 4%, a partir de março, e a incorporação de gratificações. Os dois últimos pontos já foram concedidos, mas o novo plano continua pendente.
Na última semana, o comando de greve tinha uma reunião de negociação marcada no Ministério do Planejamento, mas o encontro foi adiado pelo próprio governo. O sindicato diz que não recebeu nenhuma justificativa para o cancelamento da reunião. O ministério informou, por meio da assessoria, que o encontro foi apenas adiado por razões de "agenda" e será remarcado.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, fez um apelo para que os professores retomem suas atividades e justificou o atraso nas negociações por causa da morte, em janeiro, do secretário- executivo do Ministério do Planejamento, Duvanier Costa, responsável pela negociação salarial do serviço público federal.
Crítica
No último dia 23, Mercadante criticou a greve e disse que não há "nenhuma razão" para a paralisação devido ao prazo que existe para se chegar a um acordo. Governo e docentes têm até agosto para obter um consenso prazo para que a União encaminhe ao Congresso a previsão do orçamento de 2013.
A presidente Dilma Rousseff editou medida provisória concedendo reajuste salarial de 4% para professores universitários. O Andes alega que o reajuste foi resultado de um "acordo emergencial" e afirma que a pauta principal é a reforma do plano de carreira.