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Cinema

Documentário é destaque em Gramado

O ator Caio Blat e a diretora Lúcia Murat (ao centro), de Uma Longa Viagem, receberam cinco Kikitos em Gramado | Lauro Alves/RBS
O ator Caio Blat e a diretora Lúcia Murat (ao centro), de Uma Longa Viagem, receberam cinco Kikitos em Gramado (Foto: Lauro Alves/RBS)

Depois de nove dias de festival, Gramado entregou o prêmio de melhor longa nacional a um documentário. Uma Longa Viagem, de Lúcia Murat, deixou a cerimônia de premiação, na noite de sábado, com cinco Kikitos: melhor filme, melhor ator, melhor direção de arte, Prêmio Estudantil e Júri Popular.

O filme segue a trajetória da própria diretora e de seus dois irmãos no regime militar. Miguel virou médico; Lúcia foi presa política; Heitor, o caçula, vai para Londres. A narrativa é construída a partir das cartas enviadas por Heitor (Caio Blat, prêmio de melhor ator) nos nove anos de exílio.

Ao subir ao palco do Palácio dos Festivais para receber seu segundo Kikito de melhor ator – havia vencido o prêmio no ano passado por Bróder, de Jefferson De, Blat fez um emocionado discurso de agradecimento. "É absurdo e inesperado ganhar esse prêmio", declarou.

Ao receber seu Kikito, Lúcia lembrou que há 22 anos, também em Gramado, havia apresentado seu primeiro longa, Que Bom Te Ver Viva, outro documentário ficcionalizado e que já tratava de mulheres que sofreram na pele a repressão dos anos de chumbo.

Crítica

A crítica preferiu destacar Riscado, longa de Gustavo Pizzi, além do Kikito de direção, recebeu também mais dois prêmios sólidos – o de melhor atriz, para Karine Teles, mulher do cineasta, e o de melhor roteiro, que ambos assinam conjuntamente. Riscado é sobre uma atriz que se interroga sobre suas chances de triunfar na carreira e o papel que o acaso desempenha no reconhecimento. Karine, em seu agradecimento, lembrou que o filme nasceu dela, mas que foi o marido quem teve a energia de viabilizar o projeto.

Ao anunciar os escolhidos do Prêmio da Crítica, o crítico Rubens Ewald Filho mencionou que a má qualidade das cópias exibidas – boa parte dos filmes latinos foi exibida em DVD – prejudicou a competição.

Na competição latino-americana, o eleito foi o argentino Medianeras, de Gustavo Ta­­retto. Acompanhando os encontros e desencontros de dois jovens numa grande cidade, o filme estreia em 2 de setembro no Brasil, com o subtítulo Buenos Aires na Era do Amor Virtual. O prêmio de melhor direção foi dividido entre Taretto e o mexicano Sebastián Hiriart, de A Tiro de Piedra. Este também ganhou o prêmio de melhor ator (Gabino Rodríguez). A melhor atriz foi a colombiana Magarida Rosa de Francisco, por García, coprodução com o Brasil.

Os prêmios de curta recaíram sobre a animação Céu, Inferno e Outras Partes do Corpo, de Rodrigo John. Um Outro Ensaio, de Natara Ney, ganhou diversos prêmios, incluindo melhor direção.

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