O registro do primeiro caso da doença de Newcastle no Brasil em cinco anos volta a acender a luz amarela na avicultura. A virose, que ataca o sistema nervoso das aves, foi encontrada em uma criação de fundo de quintal em Vale Real, no Rio Grande do Sul, a 90 quilômetros de Porto Alegre. Segundo nota divulgada nesta quarta-feira pelo Ministério da Agricultura, 16 dos 44 frangos da propriedade morreram em função da doença, e os demais foram sacrificados por medida de segurança.
O setor avícola, que nos últimos meses vinha se recuperando dos efeitos da febre aftosa e da gripe aviária sobre as vendas externas, volta a temer a possibilidade de embargos internacionais. Representantes do setor avícola no Paraná ainda descartam essa hipótese. Mas, tendo em vista que até os casos de febre aftosa, que não ataca as aves, foram suficientes para estimular restrições às vendas paranaenses, é possível que alguns importadores optem por interromper as compras.
O Sindicato das Indústrias Avícolas do Paraná (Sindiavipar) se mostrou otimista. "A comunidade internacional vai entender o que realmente aconteceu, que foi um fato localizado e isolado", informou a entidade. "Acredito que não haverá embargo, porque já está sendo praticado um zoneamento avícola. Ou seja, já não existe mais um grande contato das aves do Paraná com Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as aves produzidas nesses estados são abatidas lá mesmo", disse Alexandre Jacewicz, consultor de pecuária da Federação da Agricultura do Paraná (Faep).
Para o chefe da seção de sanidade avícola da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), Odilon Douat, a possibilidade de embargos internacionais está restrita à eventual má-fé de alguns compradores. "O Rio Grande do Sul tomou todas as medidas sanitárias determinadas pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). A meu ver, o episódio está sob controle", disse Douat. A última ocorrência da doença de Newcastle no Paraná foi em 1994, em Astorga, no norte do estado.
A Seab informou que vai restringir a entrada de aves e ovos oriundos do Rio Grande do Sul. Para entrar no Paraná com esses produtos, só apresentando a Guia de Trânsito Animal (GTA) emitida por veterinário oficial ou credenciado e o certificado sanitário de sorologia negativa. Medidas semelhantes foram adotadas por Santa Catarina, que há 22 anos não registra casos da virose.
Em nota conjunta, a União Brasileira de Avicultura (UBA) e a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef) informaram que todas as medidas do Plano Nacional de Contingência foram adotadas. As aves foram sacrificadas, o local foi desinfectado e foram criadas zonas de proteção e de vigilância, em raios de três e dez quilômetros em torno da propriedade, respectivamente. "Existem na zona de vigilância 17 granjas comerciais, um abatedouro e um incubatório. No entanto, ressaltamos que os trabalhos de investigação epidemiológica realizados até o momento não identificaram outras ocorrências nessas propriedades", informaram UBA e Abef.
De acordo com as duas entidades, o caso é semelhante ao último episódio registrado no Brasil, em 2001, em Nova Roma, no estado de Goiás. O Brasil foi declarado livre da doença em 2003, e só depois disso o país tornou-se o maior exportador mundial de frango, ultrapassando os Estados Unidos.
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