Miguel Carlos Riella: “Doença silenciosa” | Divulgação
Miguel Carlos Riella: “Doença silenciosa”| Foto: Divulgação

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A insufiência renal crônica é uma doença silenciosa que causa a perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais. Enquanto o paciente mantiver 50% das atividades renais, permanece quase sem sintomas. Porém, há alguns sinais que devem observados.

Sintomas

• Anemia leve: fraqueza, desânimo, náuseas e vômitos freqüentes pela manhã;

• pressão alta;

• edema (inchaço) nos olhos e nos pés;

• mudanças nos hábitos de urinar: levantar diversas à noite;

• características da urina: de cor muito escura ou com sangue;

• dor ou ardor ao urinar.

Grupo de risco

Pessoas que sofram de:

• hipertensão arterial;

• diabete;

• doenças congênitas ou má-formação dos rins;

• infecções urinárias repetitivas.

Prevenção

• Os pacientes pertencentes ao grupo de risco devem ser submetidos anualmente a exames de sangue, para medir a uréia, creatinina e potássio.

Para pacientes hipertensos ou diabéticos é recomendável o exame de creatinina a cada seis meses.

Tratamento

• Medicamentos;

• diálise peritonial (colocação de um catéter flexível no abdome do paciente e aplicação de um soro a fim de promover a retirada das toxinas do sangue);

• hemodiálise (retirada de substâncias tóxicas, água e sais minerais do organismo através do processo mecânico de passagem do sangue por um filtro);transplante de rins.

• 60% dos casos são provenientes de diabete e hipertensão arterial.

• Cerca de 80% da população não sabe que tem problemas de insuficiência renal crônica.

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Oito em cada dez pessoas que têm doenças renais no Brasil desconhecem o problema. Ou seja, 14,4 milhões de brasileiros têm problemas renais, mas não sabem. Os dados foram apresentados no 24º Congresso Brasileiro de Nefrologia, que está ocorrendo em Curitiba desde o dia 13. Segundo os números, 18 milhões de brasileiros têm problemas renais. "É uma doença silenciosa", afirma o nefrologista Miguel Carlos Riella.

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A prevenção de doenças cardiovasculares – com o controle de pressão e colesterol alto, obesidade e tabagismo – é uma forma de diminuir os riscos, conforme o médico. Segundo os estudos, a maior causa de morte entre os portadores é a doença cardiovascular.

A doença renal crônica é dividida em cinco fases e 14% dos pacientes que morrem estão em fases anteriores ao tratamento de diálise ou transplante renal. Dos casos, 60% são decorrentes de diabete e hipertensão arterial.

Na pele

Para a servidora pública municipal Lucimara Maciel, 31 anos, a doença surgiu proveniente do lúpus (doença inflamatória que atinge o sistema imunológico do paciente e que causa alterações na pele e articulações), há nove anos. Casada, com dois filhos, ela começou com dores nas juntas e inchaço. Procurou um reumatologista e iniciou o tratamento. Em quatro anos, passou por duas cirurgias, uma na mão e outra no intestino. Seguidamente monitorada pelos médicos, os exames clínicos começaram a vir alterados e o médico resolveu solicitar uma biópsia do rim, que detectou doença renal crônica.

Mesmo com a ingestão de muitos medicamentos e até internação – após uma semana sem conseguir urinar – Lucimara se recusava a fazer hemodiálise. Depois de quadros de febre alta, pressão alta e dor na região dos rins, aceitou o tratamento. Hoje, ela vai até a clínica três vezes por semana, por quatro horas. "Tenho esperança de que vou melhorar." Para a reumatologista que a acompanha tudo vai depender do rim. Já para o nefrologista, a doença ainda não chegou ao estado crônico. O sonho de Lucimara é voltar a estudar e ter uma vida normal, sem limitações. Ela conta que já deu entrada na documentação do transplante.

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Serviço

O 24º Congresso Brasileiro de Nefrologia vai até amanhã, no Estação Embratel Convention Center, no Shopping Estação, em Curitiba.