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A falta de medicamentos está mexendo no bolso e nos nervos de quem precisa da Farmácia Especial do governo para manter a saúde em dia. Há um mês acabaram os remédios para fibrose cística e hipertensão pulmonar e há 15 dias não estão disponíveis os fármacos para pacientes transplantados, nem os que controlam a esclerose múltipla.

O governo do estado tem de fornecer de graça os medicamentos excepcionais, comprados com recursos estaduais e federais, mas associações representativas de doentes de diversas patologias reclamam do sumiço dos remédios. Nos casos mais graves, o jeito é arcar com o próprio tratamento.

Para controlar os surtos da esclerose múltipla, a auxiliar administrativa Lúcia Madalena Massinham, de 52 anos, foi obrigada a recorrer a um empréstimo para comprar o Avonex, em falta na Farmácia Especial. Uma caixa com quatro injeções só dura um mês e custa R$ 4,4 mil, mas ela brigou por um desconto e pagou os R$ 4 mil emprestados por uma amiga. Só encontrou o medicamento em São Paulo.

O medicamento é usado para espaçar os surtos e minimizar os efeitos. Mas sua falta tem levado os pacientes ao estresse, o que precipita os ataques. Segundo a secretária da Associação Paranaense de Esclerose Múltipla (Aparem), Vera Lúcia Ruschel, há dois meses, quando faltou Copaxone e Rebif, 15 casos graves de surtos foram registrados em Curitiba e região metropolitana.

É o mesmo drama de outros doentes que dependem da farmácia do governo. Um lote de Sidenasil, para hipertensão pulmonar, está quase um mês atrasado. Também estão em falta os complementos alimentares Sustain e Resource Plus, dietas hipercalóricas e hiperprotéicas que funcionam como remédio para quem precisa de 70% a mais de calorias do que as demais pessoas.

A farmacêutica da Associação de Assistência à Mucoviscidose do Paraná, Juliane Zanlorenzi, explica que elas sofrem de fibrose cística, que acomete principalmente o pulmão e intestino, e tudo o que comem precisa da enzima desses complementos alimentares para ser absorvido.

Esses fármacos somem porque a Central de Medicamentos do Paraná (Cemepar) não compra em quantidade suficiente. "A bola da vez é o Myfortic", diz a nefrologista e coordenadora da unidade de transplante do Hospital Evangélico, Fabiana Loss de Carvalho Contieri. Até o mês passado faltava o Tacrolimus. As farmácias especiais soltam os produto em pequenas doses e os transplantados acabam correndo ao hospital em busca de alguma sobra de remédio deixado em doação. O problema é que sobram poucos medicamentos e quando eles não estão disponíveis nas farmácias especiais, o risco é grande para os transplantados renais.

"Essas pessoas vivem na insegurança de um dia ter o medicamento e no outro não", diz. "Para que ter secretário de Saúde se tudo está centralizado nas mãos do governador?", questiona a médica. A decisão de quanto e quando comprar os medicamentos está a cargo do governador Roberto Requião, conforme decisão tomada por ele mesmo em decreto assinado no último mês de março.

Leia reportagem completa no site da versão impressa da Gazeta do Povo (conteúdo exclusivo para assinantes)

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