Dois anos após a explosão do navio chileno Vicuña, em 15 de novembro de 2004, quando cerca de quatro milhões de litros de óleo foram derramados na Baía de Paranaguá, os pescadores do litoral paranaense ainda enfrentam sérias dificuldades. Segundo o presidente da Federação Paranaense das Colônias de Pescadores, Edmir Manoel Ferreira, desde a explosão a produção de pescados caiu até 60% em todo o litoral, afetando mais de oito mil famílias que vivem da pesca.

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"Temos cinco processos judiciais, mas apenas uma das empresas acabou pagando pequenas indenizações aos pescadores, com valores pequenos, de no máximo R$ 1 mil", disse Edmir Ferreira. Ele estima que a situação volte ao normal somente em oito ou nove anos. "Até lá, os pescadores passarão necessidade."

Segundo Ferreira, apenas a Cattalini, proprietária do terminal portuário onde houve a explosão, e a empresa chilena Ultragas, dona do Vicuña, fizeram acordo para pagar idenizações a pescadores da região. A Cattalini não teria negociado com pescadores de Paranaguá. Na época, os pescadores foram impedidos de trabalhar por cerca de 50 dias.

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Danos

Segundo o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), ainda hoje existem resquícios de óleo nos locais atingidos. Um laudo do Instituto mostra que o tratamento feito nas encostas surtiu resultados positivos. "O mangue já foi recuperado. Hoje, poucos locais contém vestígios de óleo", afirma o chefe regional do IAP, Reginato Grun Bueno. De acordo com ele, a fauna marinha se recompôs, principalmente as cadeias de mexilhões e mariscos. "Claro que isso tudo vai demorar para se recompor na natureza. Mas desde esta explosão estamos mais preparados para incidentes deste tipo", afirmou. A retirada dos destroços do navio também foi um processo dificultoso, acompanhado pelo IAP e pela Defesa Civil. A cada tentativa, um pouco de óleo vazava do navio, que teve de ser serrado e dividido em partes. A proa foi a última parte a ser removida. Os entulhos permaneceram por um tempo em um terminal em Pontal do Paraná. Quatro pessoas morreram na explosão.