Aos 27 dias de vida, em janeiro de 2014, a pequena Heloísa - hoje com dois anos e meio - saiu de casa com a mãe, Patrícia Barbosa Pereira, 30 anos, para ser vacinada em um posto de saúde de Paranavaí, na Região Noroeste do Paraná. As duas não voltaram para a casa e o caso era um mistério, até que, por causa de um exame de DNA, a família reencontrou a pequena Heloísa, que estava no processo de ser adotada por outro casal e vivendo em Loanda, há pouco mais de 70 km.
Ao saber disso, a mãe de Patrícia, Nice dos Santos Barbosa, 55 anos, buscou ajuda de um advogado, que auxiliou a família de forma voluntária a trazer a menina de volta para casa. O desejo se concretizou na última quinta-feira (23), quando, por decisão da Justiça, a guarda de Heloísa voltou definitivamente para a avó materna, após um curto período de adaptação. “Foi como se ela nunca tivesse saído de casa”, diz dona Nice, ao falar do convívio com a neta que não via desde bebê. “Nem os psicólogos acharam que ia ser tão rápido”, conta.
A história não é simples: pouco depois do desaparecimento de Patrícia, uma mulher que morava em um assentamento em Querência do Norte, há 130 km de Paranavaí, apareceu no local com uma criança recém-nascida. Os moradores do assentamento estranharam e chamaram o Conselho Tutelar da cidade. A mulher foi interrogada e afirmou às autoridades que a menina era filha dela e que seria fruto de uma inseminação artificial. Um exame de DNA foi realizado e o resultado foi negativo. Ao saber do resultado, a mulher desapareceu e hoje é considerada foragida da Justiça.
A criança, já com cinco meses, foi encaminhada para a Casa Lar de Querência do Norte, onde permaneceu por sete meses, até ser adotada legalmente pelo casal de Loanda.
O casal estava com a guarda provisória da menina há mais de um ano quando, por decisão da Justiça, foi realizado um exame de DNA que ligou Heloísa a dona Nice. “Eu nem acreditei que era ela. O nosso medo é que ela tivesse sido levada para outro país e que nunca mais a encontraríamos. É coisa de Deus mesmo”, comemora.
Mãe ainda está desaparecida
O advogado Adelson Gomes Caetano, que ajudou a família na causa, conta que, após a descoberta, as famílias adotiva e biológica se encontraram no Fórum da cidade no dia 2 de julho de 2015 por algumas horas. Depois, Heloísa passou o fim de semana na casa da avó. No terceiro encontro, já estava totalmente adaptada com a avó, tios e com a irmã Letícia, de 7 anos, o que fez com que as autoridades adiantassem a extinção do processo de adoção que estava em curso.
“O casal entendeu que era o melhor interesse da criança que estava em jogo”, afirma. Ainda de acordo com o advogado, a família adotiva não deve visitar a família por um tempo, até que Heloísa esteja completamente adaptada à nova rotina.
Apesar da criança ter sido encontrada, o paradeiro da mãe ainda é desconhecido. Dona Nice afirma que não perdeu a esperança de reencontrar a filha. “Nós nunca perdemos a fé de encontrar as duas. Uma já voltou para nós. A fé e a esperança de encontrar minha família continua viva”, diz.
A Polícia Civil do Paraná informou que a investigação sobre o desaparecimento de Patrícia Barbosa Pereira continua e que o caso corre em segredo de Justiça.
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