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Corrupção policial

Dois delegados e um investigador são presos durante operação contra extorsão

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em duas delegacias e uma divisão policial da capital | Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em duas delegacias e uma divisão policial da capital (Foto: Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo)
Segundo coordenador do Gaeco, Leonir Battisti, há fortes indícios de que havia corrupção na DFRV e na Divisão de Crimes Contra o Patrimônio |

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Segundo coordenador do Gaeco, Leonir Battisti, há fortes indícios de que havia corrupção na DFRV e na Divisão de Crimes Contra o Patrimônio

Documentos foram levados para a sede do Gaeco, no Ahú |

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Documentos foram levados para a sede do Gaeco, no Ahú

Gaeco investiga casos de extorsão na Polícia Civil |

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Gaeco investiga casos de extorsão na Polícia Civil

Investigador do 6ºDP também foi preso pelo Gaeco nesta quarta-feira |

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Investigador do 6ºDP também foi preso pelo Gaeco nesta quarta-feira

Delegado Gérson Machado negou a acusação de extorsão e disse que está sendo perseguido |

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Delegado Gérson Machado negou a acusação de extorsão e disse que está sendo perseguido

Dois delegados e um investigador da Polícia Civil do Paraná foram presos por posse ilegal de arma e munição restrita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público do Paraná (MP-PR). As detenções ocorreram durante a operação Vortex, deflagrada para investigar uma rede de extorsão formada por policiais civis, incluindo delegados. Dezoito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em duas delegacias da capital, uma divisão policial e nas casas dos policiais. As armas foram encontradas nas residências deles, e isso motivou as prisões.

Os delegados Gérson Machado, titular do 6º Distrito, Luiz Carlos de Oliveira, responsável pela Divisão de Crimes Contra o Patrimônio, e o investigador Aleardo Riguetto, do 6º DP, foram presos nesta quarta-feira (3).

Segundo o o coordenador do Gaeco, Leonir Battisti, os profissionais detidos não são acusados de extorsão, mas foram presos causa dos objetos ilegais encontrados em suas residências.

Um terceiro delegado, que atua na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV)- Anderson Ormeni Franco - também foi ouvido pelo Gaeco na investigação. No entanto, ele não teve prisão decretada nem precisou ser escoltado para o depoimento.

O caso de corrupção estaria ocorrendo há mais de um ano e a extorsão teria sido institucionalizada por meio da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio. Entre os locais em que foram cumpridos os mandados estão duas delegacias de Curitiba: DFRV e 6º Distrito Policial, no bairro Capão da Imbuia. Além disso, a sede da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio, no centro da capital, e a casa de três delegados também foram alvo dos promotores do Gaeco. "Há indícios fortes de que havia corrupção na DFRV e na Divisão de Crimes Contra o Patrimônio", disse Leonir Battisti à imprensa nesta manhã.

Segurança Pública

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) divulgou nota oficial sobre a operação do Gaeco e afirmou que aguardará os desdobramentos da investigação.

Confira a nota da Sesp na íntegra: "A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) aguarda os desdobramentos da investigação sobre supostos desvios de conduta de policiais civis. A operação é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com a participação de policiais civis e militares.

Os policiais que trabalham no Gaeco são designados pela própria Sesp, em função de um ato de cooperação formalizado com o Ministério Público. A Sesp reforça que não tolera irregularidades em qualquer esfera da administração".

O governador Beto Richa também se pronunciou sobre o caso e disse que – se as investigações comprovarem as irregularidades – os policiais envolvidos serão punidos rigorosamente.

Outro lado

O delegado Gérson Machado falou com a imprensa, na sede do Gaeco, nesta manhã. Ele negou a acusação de extorsão e disse que está sendo "perseguido" por causa do trabalho realizado quando estava à frente da DRFV.

Machado, atualmente titular do 6º Distrito Policial, trabalhava na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) da capital. Ele causou polêmica quando foi transferido da DFRV para o 6º. DP em setembro do ano passado. O delegado divulgou uma nota com os motivos da transferência, segundo a visão dele.

Em nota, Machado disse que, dois meses depois de ter assumido a DFRV, foi chamado pelo seu superior imediato, o delegado Luiz Carlos de Oliveira, responsável pela Divisão de Crimes Contra o Patrimônio. Segundo Machado, seu chefe "veio com um pedido relacionado a ‘lojas de autopeças’, e que eu disse que não iria atender, por ser contra meus princípios".

Após a divulgação da nota, ele voltou atrás e explicou à Corregedoria da Polícia Civil que seria contra os seus princípios "sobrecarregar ainda mais os investigadores, que estão afastados de suas funções, fazendo as vezes de carcereiros", segundo uma nota da Polícia Civil. A nota de Machado causou a indignação do delegado Luiz Carlos de Oliveira. À época, ele classificou o delegado como uma pessoa "perigosa" e "mentirosa" e negou ainda que tenha havido reunião entre os dois para que investigações sobre autopeças não fossem adiante.

Dinheiro apreendido

Aproximadamente US$ 98 mil (cerca de R$ 197 mil) foram apreendidos na casa do delegado Luiz Carlos de Oliveira. Segundo Battisti, o delegado relatou ao Gaeco que ganhou o dinheiro em um cassino. Não foram divulgados mais detalhes sobre essa questão.

Polícia Civil aguarda conclusão das investigações

Em nota, a Polícia Civil do Paraná informou que aguarda a conclusão das diligências da operação, ainda "em fase embrionária". A nota reitera ainda que o delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinícius da Costa Michelotto disse que Departamento da Polícia Civil está colaborando com as investigações através da Corregedoria Geral da Polícia Civil e que qualquer irregularidade constatada será imediatamente apurada no âmbito administrativo.

Sindicado dos Investigadores pede pessoas "bastante idôneas" no conselho de Polícia Civil

Em virtude da prisão do delegado Luiz Carlos de Oliveira, preso na manhã desta quarta-feira durante a operação deflagrada pelo Gaeco, o Sindicato dos Investigadores da Polícia do Paraná (Sipol) deve reiterar nos próximos dias um pedido oficial ao governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), para que ele escolha "pessoas bastante idôneas" para integrar o Conselho de Polícia Civil do Paraná.

Oliveira é representante do governo do Estado neste conselho e participou nesta terça-feira (2) de uma sessão do conselho que decidiu pela demissão de três investigadores de Polícia, em razão de supostos atos de extorsão que teriam sido cometidos pelos acusados.

O Conselho de Polícia Civil é formado por nove integrantes, sendo que dois deles são de indicação do governador.

"Vamos reiterar esse ofício para que os servidores da polícia sejam julgados por pessoas de conduta inquestionável. A gente entende que o conselho deve ser melhor depurado pelo governador", declarou Roberto Ramires, presidente do Sipol.

Operação Vortex

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