Dois agentes carcerários e um policial civil foram baleados durante a fuga de 12 detentos da Delegacia de Colombo, na região metropolitana de Curitiba, na manhã deste domingo (11). A rebelião fez o governador Beto Richa (PSDB) determinar a transferência dos presos custodiados das delegacias metropolitanas e da capital para o sistema penitenciário do estado - quase três meses depois do anúncio de que as carceragens dos distritos seriam esvaziadas. Revoltada, a classe policial estuda paralisação em protesto.
"A determinação do governador é pela imediata retirada dos presos das delegacias, a começar por Colombo", informa nota divulgada na agência de comunicação do governo no início da tarde. Segundo a Polícia Civil, as transferências serão realizadas ainda neste domingo. O processo estaria acontecendo de modo escalonado, mas foi adiantado por causa da fuga.
O agente Eliel Schimerski Santos morreu devido aos ferimentos. O investigador Diego Elieser Almeida e o agente Benedito Rodrigues dos Santos ficaram feridos, de acordo com o Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol). Depois do incidente em Colombo, o sindicato decidiu fazer uma assembleia para decidir se começa, ainda hoje, uma paralisação da categoria para forçar a esvaziação dos distritos.
A rebelião deste domingo começou na hora em que a comida dos presos era entregue. Agentes da Polícia Civil fazem rondas na região em busca dos fugitivos. Até o momento, ninguém foi recapturado.
Em janeiro, 15 presos já haviam conseguido fugir da delegacia, que fica no centro da cidade. Na época, 100 detentos estavam em um local que comporta apenas 24, sendo que alguns já haviam sido condenados e deveriam ter sido transferidos a presídios. Não há informações sobre o número de presos atual da delegacia.
O plano conjunto entre as secretarias de Estado da Segurança Pública (Sesp) e da Justiça (Seju) e Vara de Execuções Penais (VEP) anunciado em fevereiro prometia transferir todos os detentos de distritos policiais. As delegacias da região metropolitana, porém, têm registrado frequentemente casos de superlotação.
Em abril, depois de presos da delegacia de São José dos Pinhaisaparecerem com sarna, a informação era de que os distritos metropolitanos seriam esvaziados logo depois que o trabalho fosse finalizado na capital. Mas o processo ainda deve demorar, já que, segundo mostrou reportagem da Gazeta do Povo, a transferência estaria atrelada à reforma no 11.º Distrito e criação de mais vagas na Penitenciária de Piraquara.
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