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Dois jovens são mortos em confronto com a polícia em Colombo

Dois rapazes foram mortos na noite desta segunda-feira (28), em Colombo, na região metropolitana, depois de uma troca de tiros com policiais militares da Rondas Ostensivas de Naturezas Especiais (Rone).

Segundo informações da sala de imprensa da Polícia Militar (PM), os oficiais avistaram dois jovens suspeitos em uma motocicleta na Vila Olaria, no bairro Santa Cândida, em Curitiba. Após uma tentativa de abordagem dos policiais, os rapazes teriam iniciado uma fuga. Na Rua Abel Scuissiato, nas proximidades do bairro Atuba, em Colombo, eles bateram a moto e teriam atirado contra os oficiais. A equipe da Rone revidou os disparou e atingiu os dois suspeitos.

Luan Terlecki, de 21 anos, não resistiu e morreu na hora, enquanto que Danilo Ricardo Lofh, 18, morreu a caminho do Hospital Evangélico, segundo a PM. Um revólver calibre 38 foi encontrado com os jovens.

Os dois corpos foram removidos do local do confronto pelos próprios policiais, apesar da determinação do governador Roberto Requião (PMDB), anunciada no último dia 14, de que todas as pessoas feridas em confronto com a PM devem ser atendidas pelo Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate). Na época, o governador justificou a decisão dizendo que a nova medida daria garantia à sociedade de que "a polícia do Paraná é firme, mas não violenta".

De acordo com a sala de imprensa da PM, a remoção foi feita pela equipe da Rone por causa da confusão e dos riscos que se consolidaram no local da ocorrência. Houve protesto contra a ação policial. Balas de borracha e bombas de efeito moral foram disparadas para se tentar diminuir o tumulto que se formou.

A reportagem tentou entrar com o secretário de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, para conseguir mais esclarecimentos. A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) informou que apenas a PM responderia questões sobre o caso.

Revolta

Nesta terça-feira (29), um protesto foi organizado em Colombo. Moradores da região queimaram pneus e fecharam a rua Abel Scuissiato. Segundo informações do telejornal ParanáTV 2ª Edição, da RPC TV, testemunhas do confronto dizem que os dois rapazes não atiraram contra a equipe da Rone e não tiveram a chance de se identificar. "Eles já tinham se rendido, mas mesmo assim não adiantou. Eles foram baleados", disse o pizzaiolo Jonata Vieira, em entrevista ao telejornal.

Uma pessoa que acompanhou a ação gravou no celular imagens que mostram que, mesmo depois que os suspeitos já haviam sido baleados, os policiais ainda dispararam vários tiros.Nota oficial

Na tarde desta terça-feira (29), a PM divulgou uma nota oficial sobre o caso assinada pelo comandante do Policiamento da Capital, coronel Jorge Costa Filho. Segundo o documento, a perseguição se iniciou depois que os policiais da Rone avistaram armas com os rapazes. Depois do confronto, o atendimento médico de emergência teria sido executado pelo Siate. A nota não especifica em que momento e em que local o Siate atendeu às vítimas.

A PM ainda informou que uma pessoa supostamente roubada pela dupla formalizou queixa na delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, e reconheceu os jovens como autores do crime. O celular desta vítima do roubo teria sido encontrado com os dois rapazes.

Investigação

Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para investigar o confronto. A PM confirmou que os policiais envolvidos passarão por acompanhamento psicológico e estão à disposição do Ministério Público do Paraná, que acompanhará o andamento da apuração dos fatos. A nota oficial divulgada não diz quantos oficiais estiveram envolvidos na troca de tiros.

O IPM tem 40 dias de prazo para ser encerrado, mas pode ser prorrogado por mais 20, caso o Comando de Policiamento da Capital julgue necessário.

Outro caso

Este é o segundo caso de confronto entre suspeitos e policiais militares neste mês. Na madrugada do último dia 11, cinco jovens morreram após troca de tiros com PMs no bairro Alto da Glória, em Curitiba. Os próprios oficiais levaram os feridos para o Hospital Cajuru, mas ninguém sobreviveu.

Os rapazes foram perseguidos depois de serem flagrados em um veículo roubado. Um IPM também foi iniciado para investigar a ocorrência.

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