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João era portador de uma doença neuromuscular dengenerativa. Por causa disso, perdeu o movimento dos músculos e passou a respirar com a ajuda de aparelhos | Hugo Harada / Agência de Notícias Gazeta do Povo
João era portador de uma doença neuromuscular dengenerativa. Por causa disso, perdeu o movimento dos músculos e passou a respirar com a ajuda de aparelhos| Foto: Hugo Harada / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Uma auxiliar de enfermagem e um médico do Hospital Evangélico foram indiciados pelo Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Nucrisa), da Polícia Civil do Paraná, pela morte do paciente João Carlos Siqueira Rodrigues, que ficou mais de 4 anos internado na instituição de saúde. Ele morreu após ter desligados os aparelhos que o mantinham vivo desligados "ato falho de um profissional", de acordo com sindicância do Hospital Evangélico feita em 2012.

O indiciamento do Nucrisa foi feito há cerca de dois meses, mas a informação foi confirmada pelo núcleo nesta sexta-feira (7).

Conhecido por escrever um livro no tempo em que permaneceu internado, Rodrigues morreu aos 38 anos de idade, em agosto do ano passado. Ele era portador de uma doença neuromuscular degenerativa, a polirradiculoneuropatia. Por causa disso, perdeu o movimento dos músculos e passou a respirar com a ajuda de aparelhos.

De acordo com a delegada titular do Nucrisa, Paula Brisola, a auxiliar de enfermagem teria sido responsável por desligar os aparelhos de Rodrigues e, por isso, foi indiciada por homicídio doloso - quando há intenção de matar. Segundo Paula, durante o inquérito, a auxiliar teria confessado que desligou os equipamentos por ordem de outro funcionário. A pessoa identificada pela auxiliar como sendo a mandante do desligamento disse, no entanto, que pediu apenas para a funcionária que desligasse a sedação do paciente.

Já o médico que assinou o atestado de óbito de Rodrigues deve responder por falsidade ideológica, já que os dados contidos no documento que atestou a morte do paciente não seriam reais.

A delegada informou ainda que, o médico não tomou todos os cuidados necessários para preencher o documento, pois nesse caso, o Instituto Médico Legal deveria ter sido chamado para averiguar a morte do paciente.

A denúncia já foi encaminhada ao Ministério Público do Paraná, que informou que está analisando o caso e que, por isso, ainda não ofereceu denúncia à Justiça do estado.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Hospital Evangélico informou que não iria se pronunciar sobre o caso.

Sem relação

O Nucrisa informou que não há elementos que comprovem a relação da morte de Rodrigues com as outras mortes que foram investigadas pela polícia no caso relacionado à médica Virgínia Helena Soares de Souza.

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