Há cinco anos, a empregada doméstica Cleudi Goreti Rocha, 39 anos, sofre de esclerose múltipla. Ela é um exemplo de contribuinte que viu na Justiça o único caminho para tentar buscar os direitos com o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Há três anos que ela percorre uma maratona de perícias médicas, mas nem sempre teve os pedidos deferidos. Na última perícia, feita em janeiro deste ano, o pedido de auxílio foi novamente negado. "A médica disse que eu poderia voltar a trabalhar. E desde então estou sem receber", conta. "Vivo com o salário e com as horas extras do meu marido, que é metalúrgico. Me sinto injustiçada, por isso resolvi procurar ajuda com o advogado."
A zeladora Raimunda Norma da Silva, 55 anos, passa pelo mesmo drama. Vítima de artrite e artrose, ela não pode trabalhar, mas está há cinco anos sem receber o auxílio-doença. Cansada das negativas dos peritos, ela desistiu e procurou a Justiça. "Larguei mão e entrei com uma ação. Todos os médicos que eu consultei disseram que eu não posso mais trabalhar. E quem vai contratar alguém que ficou dois anos recebendo auxílio? Quero receber os meses atrasados e a aposentadoria", diz. Atualmente, Raimunda está vivendo com a filha e sobrevive com a ajuda dela.
Vítima de uma doença rara, Cláudio Martins, 40 anos, trabalhava no setor de logística quando descobriu que tinha um problema de cefaleia ortostática associada a baixa pressão liquórica, uma doença que limita a quantidade de oxigênio no cérebro. "Não existe possibilidade de cura, todos os médicos dizem a mesma coisa. Tenho que ficar deitado 20 horas por dia", afirma. "Em todas as perícias que eu fiz, recebi o auxílio. No último laudo, a médica me concedeu o benefício, que cobre apenas 90% do salário, mas não concedeu a aposentadoria por invalidez que cobre 100%. Resolvi entrar na Justiça. Ela disse que era muito cedo para me aposentar."
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