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São Miguel do Iguaçu – Isabela já sofreu os mais inesperados preconceitos que uma pessoa pode imaginar. É por esta razão que o nome exposto na reportagem é fictício. Com 23 anos, mãe de duas filhas, uma de dois e outra de nove anos, a jovem de São Miguel do Iguaçu, no Oeste do estado, é um raro exemplo de que é possível levar uma vida normal, mesmo quando se recebe o diagnóstico positivo de HIV.

Quem vê a moça andando pelas ruas jamais imagina que ela é soropositiva. Bonita e sorridente, Isabela não se sente doente. Casada, tem inúmeros amigos e trabalha como doméstica. Mas antes de chegar a esse equilíbrio enfrentou uma série de obstáculos.

O primeiro baque veio com a descoberta do vírus. Isabela soube que tinha aids quando chegava ao quarto mês de gravidez da filha mais nova. "Depois que vi o resultado, chorei três dias sem parar", lembra. O maior temor era de que a criança adquirisse a doença, o que não aconteceu.

Logo após o diagnóstico, Isabela sofreu preconceitos, até de pessoas com relativo acesso à informação. Perdeu um dos empregos e soube que famílias para as quais trabalhou chegaram a fazer exames de HIV para descartar a hipótese de terem contraído a doença dela. "Tem gente que não sabe como se pega aids", diz. Por um tempo, ela chegou a omitir que tinha aids para conseguir emprego. Hoje, não esconde a verdade para a família para qual trabalha. "Hoje vivo em um mundo em que não preciso mentir."

Isabela contraiu aids de um ex-namorado que morreu da doença. Por confiar no rapaz, ela não usava com freqüência preservativo no relacionamento que durou um ano e meio. Do atual marido, que não é portador, Isabela conseguiu engravidar na única vez que manteve relação sexual sem camisinha – na época, ainda não sabia que tinha aids.

Como parte do tratamento da doença, hoje Isabela toma 21 compridos por dia e mensalmente faz exames de controle. A jovem diz que até hoje não teve nenhum problema sério de saúde. Vaidosa, a única preocupação é com os seis quilos a mais ganhos nos últimos meses.

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