O dono da loja de fogos de artifício que explodiu quinta-feira (24) em Santo André, no ABC, será indiciado apenas ao final do inquérito, segundo o delegado titular do 3º DP da cidade, Alberto José Mesquita Alves. Sandro Luiz Castellani, proprietário da loja, se apresentou voluntariamente à polícia na manhã desta segunda-feira (28) para prestar depoimento.
De acordo com o delegado, Sandro deverá responder pelos crimes de explosão, qualificada por lesão corporal, danos materiais e por posse ilegal de explosivos. Apenas após a realização de perícia técnica pelo Instituto de Criminalística, ele também poderá ser indiciado pelo crime de manuseio de material explosivo. Ou seja, a fabricação de bombas e rojões, por exemplo.
"Para a lei, uma coisa é estocar e outra coisa é ter qualquer material para o manuseio ou fabricação de bombas ou explosivos. O laudo deve ser conclusivo", disse o delegado.
Segundo o delegado, ele não ficará preso, pois não há tipificação para o crime. "Minha vida daqui para frente acabou", afirmou Sandro, em entrevista coletiva.
Conceição Aparecida Fernandes, mulher de Sandro, negou que eles manipulassem material explosivo no local para produzir fogos de artifícios. "Eu tenho um filho de cinco anos", justificou. "Não vamos fugir da responsabilidade de ajudar nossos vizinhos, que são pessoas que estão falando mal da gente hoje, mas que são pessoas que nós gostamos", completou.
A Polícia Civil de Santo André iniciou os trabalhos para ouvir o proprietário por volta das 12h. Na explosão, morreram duas pessoas e outras 12 ficaram feridas. Cem pessoas também ficaram desalojadas porque a explosão danificou seus imóveis. Catelani se apresentou por volta das 10h30. Ele chegou acompanhado de sua mulher no 3º Distrito Policial. Castelani estava desaparecido desde a data da explosão, mas não era considerado foragido porque não há pedido de prisão contra ele.
Causas
As autoridades ainda não conseguiram determinar as causas da explosão. Segundos vizinhos, Castelani estava mexendo em uma antena no telhado e provocou uma faísca. Em seguida, as luzes das casas piscaram. A porta da loja estufou e começaram as explosões.
Os peritos já pediram à Eletropaulo os registros do transformador que teria sofrido problema para saber o que realmente ocorreu. "Já sabemos que existiam pessoas sobre a laje mexendo numa antena. Isso aí afetou a rede elétrica. Estamos atrás dessa gravação da queda da tensão elétrica", afirmou o perito Nelson Gonçalves. Resquícios de pólvora, fiação elétrica e ferragens encontrados nos escombros também serão analisados.
No local onde houve a explosão, cinco casas continuam interditadas, porque a estrutura oferece riscos, segundo informações da Defesa Civil do município. Os imóveis terão de passar por uma reforma e, depois, por mais uma avaliação antes de os moradores voltarem para as casas.
- Depoimento de dono de loja de fogos que explodiu foi inconclusivo
- Defesa Civil finaliza trabalho em área de explosão em Santo André
- Duas pessoas morrem em queda de avião de pequeno porte
- Vizinhos da fábrica que explodiu no ABC se reúnem hoje
- Estragos impedem volta de moradores a casas liberadas em Santo André
- São Paulo intensifica fiscalização na venda de fogos