Um terço da população carcerária do Paraná está trabalhando. Dos 10,5 mil presos recolhidos nas 20 unidades prisionais do estado, 3,1 mil exercem atividades remuneradas, dos quais 120 fora do presídio. Vinte deles, que cumprem pena na Colônia Penal Agrícola de Piraquara (CPA), estão fazendo uma revolução verde na extinta pedreira do bairro Atuba, no limite entre Curitiba e Colombo, na região metropolitana. Em duas semanas, eles concluirão o plantio de 10 mil mudas de araucária na área de 106 mil metros quadrados onde o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) extraía pedras para pavimentação asfáltica.
Apenas os presos das quatro unidades de regime semi-aberto do estado têm o privilégio dos serviços externos. Os demais trabalham dentro dos presídios, em atividades como confecção de roupas e calçados, montagem de componentes eletrônicos e costura de bolsas. Eles ganham 75% de um salário mínimo (ou seja, R$ 285 por mês) e a cada três dias de trabalho reduzem um da pena. "Eles aprendem, deixam de ser ociosos e criam o hábito para o trabalho", diz o coordenador do Departamento Penitenciário do Paraná, coronel Honório Olavo Bortolini. Segundo ele, há termos de cooperação com 80 empresas e seis órgãos públicos.
O setor do governo que mais tem aproveitado o trabalho dos presidiários é o DER. Além dos serviços de reflorestamento da antiga pedreira no Atuba, o órgão já tem projeto para limpeza e paisagismo com essa mão-de-obra em oito rodovias na região metropolitana de Curitiba. A primeira experiência dos presidiários com paisagismo ocorreu no ano passado, quando foram realizadas obras de melhoria na rodovia entre Curitiba e Pinhais (PR-415) para as conferências da COP 8 e MOP 3, promovidas pela Organização das Nações Unidas, no Expo Trade Pinhais. "O resultado foi animador", resume o superintendente da Região Leste do DER, Ricardo Martins de Barros.
Os detentos agora serão incluídos no projeto "Caminho das Flores", que prevê paisagismo e conservação em locais como o Contorno Norte, a Rodovia dos Minérios, a região da ponte dos rios Barigüi e Atuba, entre outras. A Universidade Federal do Paraná (UFPR) deve participar do projeto dando treinamento aos detentos, elaborando projetos paisagísticos e monitorando o paisagismo para reduzir os custos de conservação das rodovias.
Falhas
Há quatro meses o assassinato de uma mulher expôs falhas no sistema de trabalho externo dos detentos da CPA. O detento José Luciano de Moura, de 32 anos, que fazia o serviço de roçada em Pinhais, escapou na hora do almoço, invadiu uma residência e matou uma mulher depois de estuprá-la. Bortolini diz que este foi um caso isolado e não compromete a iniciativa dos termos de cooperação. Antes de qualquer serviço externo, o presidiário passa por uma comissão técnica formada por psicólogo, psiquiatra, assistente social e o diretor da unidade prisional. Segundo o coronel, o fato de estar no regime semi-aberto já é um indicativo de bom comportamento.
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