De cada 15 multas aplicadas no Paraná, uma é cometida por veículos de outros estados do país. Os carros com placas de São Paulo são os campeões de infrações, respondendo por quase metade dos autos aplicados a veículos "estrangeiros", entre janeiro de 2004 e julho de 2005. Nesse período, os automóveis de outros estados cometeram 117 mil infrações, enquanto 55 mil eram paulistas. A recíproca também é verdadeira. Os veículos paranaenses são os campeões de multas em São Paulo. Desde o último dia 4, o estado se integrou ao Renainf (Registro Nacional de Infrações de Trânsito), sistema que possibilita a aplicação de multas em veículos, mesmo que a infração tenha sido cometida em outro estado. Somente na primeira semana de integração, foram aplicadas em São Paulo 13.044 autuações em veículos "estrangeiros", 31% delas contra veículos com placas do Paraná.
A entrada de São Paulo no Renainf vai acabar com uma das maiores festas da impunidade no trânsito do país. Com a maior frota brasileira, com cerca de 14 milhões de veículos, até o mês passado os motoristas de outros estados que cometiam infrações em São Paulo não eram punidos. A Polícia Militar e os agentes de trânsito até podiam aplicar as multas, mas como o estado não estava integrado ao Renainf, as autoridades não tinham como emitir o auto de infração e encaminhá-lo para o dono do veículo, pois não tinham acesso ao cadastro nacional. Um veículo com placa de Curitiba, por exemplo, podia cometer os maiores descalabros nas ruas da capital paulista que não recebia nenhuma multa e o motorista não era punido com os pontos na carteira.
IPVA e impunidade
Um levantamento feito pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) da capital paulista verificou que cerca de 20% do total de multas eram aplicadas a carros emplacados em outro estado, o que representa algo em torno de 60 mil notificações por mês. O CET não tem uma estimativa precisa da quantidade de automóveis paranenses que circulam na cidade de São Paulo, mas é fácil achar placas que começam com a letra A (características dos carros daqui) nas ruas da capital. Muitas locadoras de veículos e motoristas, de maneira geral, optam por emplacar os carros no Paraná para aproveitar a menor alíquota do IPVA e, claro, a impunidade nas multas.
Atualmente, dez estados estão integrados ao Renainf. Segundo o coordenador de Infrações do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), Acássio Leandro do Vale, que também coordena o Renainf no estado, está prevista a entrada de Maranhão, Matro Grosso, Piauí e Sergipe no sistema nos próximos meses. O Paraná foi um dos quatro estados que participaram da implantação do Renainf, em janeiro de 2004, juntamente com Bahia, Goiás e Matro Grosso do Sul.
O consultor de empresas José Chagas dos Santos tem negócios em diversos estados. No ano passado, ele estava viajando para Brasília e foi multado numa estrada em Goiás por excesso de velocidade. Apesar dos R$ 517 que teve de pagar e ser obrigado a fazer o curso de reciclagem de motorista, Santos diz que é importante a integração dos estados. "O trânsito fica mais seguro e é mais fácil localizar um carro que tenha sido roubado, pois se for aplicada uma multa em outro estado, saberemos por onde ele passou", diz o consultor.
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