Uma das edições mais polêmicas do Big Brother Brasil terminou, na noite de ontem, de forma previsível. Como a maioria das enquetes pela internet apontava, o lutador gaúcho Marcelo Dourado foi o escolhido por 60% do público para ganhar o prêmio máximo do programa, R$ 1,5 milhão. A final teve 154 milhões de votos.
Desde as primeiras semanas, Dourado era considerado o favorito para vencer a décima edição do reality show, marcado por uma série de declarações que acabou criando uma divisão entre heterossexuais e gays dentro da casa. A Globo, inclusive, teve que divulgar, a pedido da Justiça, um comunicado explicando as formas de transmissão do vírus HIV após ter levado ao ar frases incorretas do vencedor ("heterossexual não pega aids"). Também estavam na final a dentista Fernanda (que recebeu 29% dos votos) e o instrutor de musculação Cadu (11%).
Independentemente do resultado da votação popular da última noite, Dourado foi o protagonista do BBB 10. Já ter participado da quarta edição do programa, quando foi eliminado na oitava semana por sua fama de mal-humorado, pode tê-lo ajudado a mudar e a construir uma imagem que gerasse mais identificação e carisma entre os telespectadores. Desde o começo, deixou claro que estava na casa para ter aliados e chegar à final; fazer amigos era consequência, pois estava num jogo. Tal posição levou os outros participantes a se organizarem contra o gaúcho, que acabou excluído por um determinado tempo. Porém, parte do público ficou do lado dele e o salvou dos cinco "paredões". Em algumas das disputas, enfrentou inimigos declarados, principalmente da ala gay, como a mineira Angélica e o londrinense Dicésar.
As atitudes de Marcelo Dourado, único participante tratado por nome e sobrenome, como pedir para que não se falasse em sexo durante as refeições, tiveram consequências fora da casa, mostrando que, além de extremamente popular, o BBB consegue causar certa comoção. "Força e honra", bordão do lutador, virou lema para um gigantesco grupo de internautas. Somente no site de relacionamento Orkut, as principais comunidades tinham mais de um milhão de seguidores. Autodenominado de "força dourada", o grupo se mobilizou de tal forma que todos os recordes de votação foram quebrados constantemente sempre que o lutador tivesse algum tipo de envolvimento, mesmo que indiretamente. Consequentemente houve exageros e não era incomum encontrar mensagens de apoio com conteúdo preconceituoso. Dicésar, principal rival, disse ter recebido mais de 10 mil e-mails ofensivos.
Perto de Dourado, os outros participantes se tornaram coadjuvantes, numa seleção feita justamente para que os gays tivessem mais espaço. Entre os 17 escolhidos, três eram declaradamente homossexuais. Chegou-se ao ponto de se afirmar que era o próprio lutador a vítima de preconceito. "Heterofobia", acusavam os seguidores numa incrível inversão de valores. Tamanha popularidade levou o diretor do programa, Boninho, a afirmar que ex-participantes não vão mais entrar em novas edições. A decisão pode ser suficiente para tornar o próximo programa menos previsível e, talvez, menos polêmico.
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