Aparelho para teste imunocromatográfico acusa em até 10 minutos o uso de diversos tipos de drogas| Foto: Divulgação

Um aparelho que chega agora ao mercado brasileiro promete apertar a fiscalização sobre a conduta dos motoristas. O Teste Imunocromatográfico é um aparelho portátil capaz de detectar a presença de drogas no organismo por meio da análise da saliva. Produzido pela multinacional de diagnósticos rápidos Alere, o sistema foi testado pela primeira vez na cidade de São Paulo, durante o carnaval deste ano. Em 200 abordagens realizadas, um motorista foi flagrado sob efeito de entorpecente e preso.

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Não por acaso, o aparelho está sendo apelidado de "drogômetro", uma referência ao já popular bafômetro.

"O teste funciona como uma reação de anticorpo. O filtro de papel vai apresentar mudança, exibindo uma linha em caso de resultado positivo", explica Laudislene do Vale, especialista de produto da Alere.

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São detectados os princípios ativos de anfetaminas, cocaína, maconha, opiáceos, metanfetaminas e fenciclidinas (PCP ou "pó de anjo"). O resultado é conhecido em 10 minutos. A empresa não divulga o preço, mas uma versão mais avançada desse aparelho é comercializada no exterior por US$ 5 mil, em média.

Além da possibilidade de uso em larga escala, em blitze, o teste por saliva se mostra mais eficiente porque detecta a droga ainda em processo de metabolização, o que caracteriza um consumo recente e com efeitos ainda presentes no condutor. O teste por urina aponta o uso até 72 horas antes da coleta, de forma indiferenciada.

Atualmente, o teste toxicológico é feito na sede do Instituto Médico Legal (ou equivalente para cada cidade), e somente se o motorista se envolver em acidente e aceitar se submeter à verificação. Entretanto, uma lei aprovada em 2012 permite ao policial atuar o condutor com indícios claros de uso de álcool ou drogas.

Testes

No Rio Grande do Sul, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre demonstrou interesse em testar uma segunda versão do drogômetro. O DDS 2, produzido pela mesma empresa mas ainda não disponível no Brasil, é mais sofisticado: determina automaticamente o resultado (não precisa de interpretação do policial), aponta qual tipo de droga a pessoa usou e imprime um relatório, o que serve como prova documental.

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Para ser utilizado, o drogômetro precisa de homologação do De­­par­­­­tamento Na­­­­cional de Trânsito (Denatran), responsável também por incluí-lo na legislação, como ocorre com os bafômetros. Os narcóticos são responsáveis por 5% das mortes no trânsito brasileiro, ante 32% por causa do álcool.