Dois revólveres, um de calibre 22 e outro de calibre 32, foram encontrados anteontem dentro do porão de um colégio no bairro Rebouças, em Curitiba, à tarde, durante o horário de aula. A apreensão das armas ocorreu após a Patrulha Escolar Comunitária, da Polícia Militar, ter recebido uma denúncia da própria escola, que atende cerca de 1,5 mil alunos do ensino fundamental e médio, nos três turnos.
Um dos revólveres, o de calibre 32, estava com três munições intactas e uma bala já havia sido usada. Os possíveis portadores das armas, dois estudantes da 8.ª série, com 14 e 15 anos, foram identificados pelos colegas e encaminhados para a Delegacia do Adolescente, segundo informações da assessoria de Comunicação da Patrulha Escolar Comunitária. Na delegacia ninguém forneceu informações sobre o caso.
A diretora de administração escolar da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Ana Lúcia Schüllan , afirmou que os dois adolescentes acusados foram vistos portando as armas no pátio por estudantes menores, das turmas de 1.ª a 4.ª séries, que teriam ficado assustados. "A direção da escola foi acionada e chamou a polícia. Os dois adolescentes negaram ter trazido as armas para dentro da escola", diz.
De acordo com Ana Lúcia, o caso está sendo investigado pela escola e pela polícia. Ontem, uma palestra foi dada pela Patrulha Escolar no colégio para tranquilizar e orientar os estudantes. "O que vai se tentar descobrir é por que as armas estavam dentro do colégio. Aparentemente não houve nenhuma ameaça", ressalta. Os dois adolescentes acusados pelos colegas são alunos considerados indisciplinados pela direção da escola, mas não têm passagens registradas no Conselho Tutelar.
Segundo informações da Patrulha Escolar divulgadas no site da Agência Estadual de Notícias, o número de apreensão de armas nas escolas em regiões próximas aos estabelecimentos de ensino caiu 22% entre 2007 e 2008 de 42 para 33 armas. Os números de 2009 não foram divulgados pela polícia. "Podemos tirar dois tipos de conclusão. Ou não há busca destas armas, ou as armas diminuíram mesmo nas mãos dos adolescentes", observa Ana Lúcia.
No início do mês, um adolescente de 16 anos matou a colega de classe Daniele Moreira de Assis, 14 anos, dentro do Colégio Estadual Santos Dumont, em Cascavel. A menina foi baleada na cabeça durante uma aula de Física da 8.ª série e morreu no local. O aluno que disparou o tiro acidental havia sido transferido três semanas antes para a escola e estava armado porque recebia ameaças. O adolescente foi encaminhado ao Centro de Socioeducação de Cascavel. O resultado da perícia da mochila e do revólver calibre 38 apreendidos ainda não foi divulgado.