Exército oferece ajuda ao Estado
Em encontro com o governador do Paraná, Beto Richa, na tarde desta quinta-feira, no Palácio das Araucárias, em Curitiba, o general Williams José Soares, comandante da 5ª Região Militar, colocou o Exército à disposição para a ajuda aos habitantes afetados pelas chuvas no Vale do Rio Ribeira.
O Exército participou em março de 2011 do auxílio à população das cidades de Morretes e Antonina, no Litoral do Estado, que foram atingidas por temporais.
As cidades de Imbituva e Rebouças, próximas a Irati, no Sudeste do Paraná, decretaram na tarde desta quinta-feira (4) situação de emergência pelos prejuízos com os alagamentos causados pelas chuvas do último fim de semana.
De acordo com a Defesa Civil de Rebouças, município com cerca de 14 mil habitantes, a cidade sofre com pontos de bloqueio e acesso aos municípios vizinhos de Irati, Rio Azul e São Mateus do Sul, em razão dos alagamentos. O órgão não tinha dados precisos sobre quais eram esses locais. A cidade tem 50 pessoas desabrigadas e 3.040 sofrem com os efeitos das chuvas.
Em Imbituva, de acordo com o relatório da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil divulgado às 17h desta quinta-feira, 11 pessoas permaneciam desabrigadas (em abrigos comunitários) e outras 18 desalojadas (morando em casas de parentes e amigos). Ao todo, 1.876 pessoas já foram afetadas pelos alagamentos no município de 28 mil habitantes.
Estradas
Depois de dois dias inteiros sem registro de chuva, duas rodovias federais e duas estaduais seguem com bloqueios ou pontos de risco no Paraná, reflexo das fortes chuvas que caíram no estado entre a sexta-feira (29) e a segunda-feira (1). Nesta quinta-feira, a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) liberou o trecho da PR-160, no quilômetro 380, entre a BR-277 e Prudentópolis, que havia sido alagado na quarta-feira (3).
No entanto, a PR-092, no trecho entre Cerro Azul e Doutor Ulysses, segue bloqueada por conta da destruição da ponte sobre o Rio Ribeira. O acesso ao município de Doutor Ulysses deve ser feito por Jaguariaíva. O trânsito também segue impedido na PR-554, no trecho entre São Jorge do Ivaí e Doutor Camargo, na região Norte, porque a ponte sobre o Rio Andirá está submersa.
Nas rodovias federais, a BR-116, no quilômetro 03, perto da divisa do Paraná com São Paulo, permanece em meia-pista. A cabeceira da ponte que passa pelo trecho foi danificada pelas chuvas. Além disso, há risco de queda de barreira na BR-376, próximo ao quilômetro 668, na região de Guaratuba, mas o trânsito flui normalmente no local.
Balanço
Em todo o Paraná, 150.793 pessoas foram afetadas pelas chuvas, de acordo com balanço divulgado às 17h desta quinta-feira (4) pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. O número de cidades atingidas permanece em 29. Ao todo, 4.090 casas foram danificadas e outras 19 completamente destruídas em todo o Paraná. As chuvas também deixaram 2.878 desalojados e 256 desabrigados nos municípios atingidos.
Um dos municípios mais atingidos pelas chuvas é Cerro Azul, na região metropolitana de Curitiba. Nesta quinta-feira (4), equipes da defesa civil, corpo de bombeiros e prefeitura faziam um levantamento dos estragos causados pelas chuvas na cidade. Até a tarde desta quinta, segundo a defesa civil, 17.500 pessoas foram atingidas pelas consequências das chuvas. Oito casas foram condenadas e a cidade teve cerca de 140 pontos com queda de barreiras. No interior do município, oito bueiros foram destruídos e passarão por reparos e trocas de manilha.
A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) determinou na quarta-feira (3) o envio de 120 caixas d'água envasada para as 45 famílias que sofriam com o desabastecimento. O fornecimento de água foi prejudicado pela queda da ponte sobre o Rio Ribeira.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Cerro Azul, José Nunes do Nascimento Neto, todas as famílias que estavam desabrigadas já foram removidas para casas de amigos ou parentes. No último relatório da Defesa Civil, divulgado às 8h desta quinta-feira, 23 pessoas ainda estavam em abrigos comunitários.
A Defesa Civil, segundo o coordenador local, já recebeu muitos donativos e tem condições de atender as famílias com alimentação, água, roupas e cobertores. "Nossa única dificuldade até agora é com doações de móveis e eletrodomésticos".
A expectativa da Defesa Civil do município é de que a partir do próximo sábado (6), a partir das 12h, a balsa que fará a ligação na cidade, substituindo emergencialmente a ponte que caiu sobre o Rio Ribeira, esteja operando. Apenas pedestres e veículos de passeio poderão passar pelo equipamento. A balsa poderá fazer a ligação de Cerro Azul com a cidade de Doutor Ulysses.
Nascimento explica que, por enquanto, a cidade mantém dois grupos de profissionais no Rio Ribeira, um no local da queda da ponte e outro na localidade de Freguesia, distante 19 quilômetros da região. As equipes fazem a travessia de pedestres e permitem a ligação entre comunidades próximas e com Doutor Ulysses. "A travessia é feita através de um barco pequeno e as pessoas são equipadas com coletes salva-vidas para evitar possíveis afogamentos".
As aulas em Cerro Azul já foram retomadas, de acordo com o coordenador local. Somente no distrito de Bomba, os alunos do Colégio Estadual Augusto Queiroz da Paixão ainda estão sem aulas, por causa de dificuldades no transporte dos 20 professores até o local. A escola tem 500 estudantes de ensinos fundamental e médio.
Nascimento disse que, até as 16h30 desta quinta-feira, as equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Prefeitura ainda estavam fazendo levantamentos sobre as consequências das chuvas e pretendiam lançar até o final da noite um balanço completo da situação.
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