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Atualizado em 10/03/06 às 19h

Foram presas na tarde desta sexta-feira duas mulheres acusadas de crimes de tortura contra crianças em Piraí do Sul, na região dos Campos Gerais. Alegria Ortega e Aurora Cortês trabalhavam no Lar de Meninas Odicena Vargas, onde Ministério Público (MP) investiga denúncia de que crianças teriam sido mantidas ilegalmente e sofrido maus-tratos.

De acordo com o Delegado Wilson Jorge Joly, da delegacia da cidade, as duas foram presas após o juiz da comarca autorizar a prisão preventiva das investigadas. Elas serão encaminhadas para a delegacia da mulher de Ponta Grossa.

O MP começou a investigar irregularidades no Lar de Meninas Odicena Vargas em 2002 e, no fim de fevereiro, por determinação judicial, a diretora da instituição, Alegria Ortega, foi afastada depois de dirigir a casa por 31 anos.

A ex-diretora está sendo acusada de abrigar ilegalmente crianças no lar, mantido pela Assistência e Promoção Social Exército da Salvação (Aproses) ligado a uma igreja evangélica. Na casa, viviam 80 crianças e jovens. O que as autoridades não sabem é como elas foram parar no abrigo.

De acordo com a promotora que investiga o caso, muitas meninas estão há anos na instituição sem que haja sequer um processo no Fórum. Existem ainda suspeitas de que na casa também eram feitas adoções irregulares.

De acordo com o ParanáTV, a prisão de Ortega foi decretada após a Justiça ouvir uma testemunha.Uma moça, que não quer se identificar, contou que chegou ao abrigo há quatro anos com uma filha recém-nascida. Ela teria sido proibida de ver a menina e começou a sofrer agressões depois de se recusar a assinar um documento. Ela suspeita que o papel seria usado para encaminhar o bebê a uma adoção.

Nesta sexta, a moça voltou ao lar acompanhada da polícia e mostrou onde ela e outras meninas teriam sido castigadas. Um ano depois, ela conseguiu sair do lar, mas a filha ficou. Com medo que a criança também pudesse apanhar, ela procurou ajuda da Justiça. Enquanto esperam o fim da investigação, mãe e filha planejam começar vida nova, juntas, mas em outra cidade.

Veja o depoimento de uma das vítimas na reportagem em vídeo do ParanáTV

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