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A dupla pagava em média R$ 1 mil pelos dados roubados pelos hackers | Gladson Angeli - Gazeta do Povo
A dupla pagava em média R$ 1 mil pelos dados roubados pelos hackers| Foto: Gladson Angeli - Gazeta do Povo

A polícia ainda investiga o envolvimento de comerciantes no golpe

Dois homens que aplicavam golpes com cartões de crédito clonados foram presos na quarta-feira (11) em Curitiba. De acordo com o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), a dupla arrecadou, em um mês, R$ 2 milhões. O esquema todo funcionava dentro de um apartamento no bairro Batel. A polícia ainda investiga o envolvimento de comerciantes no golpe. A polícia apurou que os acusados, Fábio Henrique Chemin da Silva, 30 anos, e Edward Cristian Goulart, 40, compravam dados de usuários de cartões de crédito de vários países em um site russo. Segundo o delegado Francisco Caricati, que comandou as investigações, hackers americanos estavam por trás da venda. Eles invadiam sites de bancos e operadores de cartão, roubavam as senhas e as informações dos clientes e vendiam. A dupla presa em Curitiba pagava em média R$ 1 mil pelos dados.

De posse das informações, eles apagavam os dados dos próprios cartões e inseriam os das vítimas. Com os cartões clonados, eles pegavam "emprestadas" as máquinas de cartões de lojistas para simular compras. "Para dar certo, o golpe contava com a colaboração de comerciantes, que cediam os terminais para as compras", explicou Caricati.

Com a compra feita, o dinheiro era depositado pela operadora do cartão de crédito na conta do lojista, que repassava 50% para a dupla. A polícia investiga o envolvimento de gerentes e diretores de pelo menos 10 lojas de Curitiba e da região metropolitana. A dupla fazia transações de valores de até R$ 15 mil. No apartamento usado pela dupla, a polícia encontrou um computador, três máquinas de cartões registradas em nome de empresas da Bahia e de Minas Gerais, além de uma grande quantidade de cartões. No computador havia informações de vítimas da Austrália, Alemanha, Itália e de praticamente todos os países da América do Norte, Central e do Sul.

"O golpe foge completamente do que era conhecido até agora. É uma fraude muito sofisticada, que não necessita de muita parafernália. Apenas um bom computador e um cartão de crédito são suficientes", explicou Caricati. A polícia chegou até a dupla depois que as operadoras de cartão perceberam a grande movimentação de dinheiro vindo de um único local.

A dupla foi autuada em flagrante por estelionato. Caso fique comprovada a participação direta dos comerciantes com a dupla, todos vão responder também por formação de quadrilha, uso de documentação falsa, lavagem de dinheiro. Segundo o delegado, as informações sobre o golpe já foram repassadas para a Interpol que deverá investigar os hackers.

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