O documento-base para o novo programa do PSDB, a ser lançado nesta semana, busca desvincular a imagem de "privatista" pregada por Lula na sigla na campanha de 2006 com uma slogan que reflete a crise de identidade dos tucanos: "Mais Estado, mais mercado". É o primeiro documento oficial com diretrizes partidárias desde o manifesto que selou a saída do PMDB, em 1988, do grupo liderado por Mário Covas, Franco Montoro, José Serra, Sérgio Motta e FHC.
O desafio que os tucanos pretendem discutir no divã, após 11 seminários, é como se "reconectar" com a população. Boa parte do documento, que vai hoje para o site da legenda, é dedicada a autocríticas. Não é à toa que a ordem é reforçar os gastos com comunicação.
Alinhamento Aécio Neves (MG) não precisou se expor publicamente para emplacar o deputado Rodrigo de Castro na Secretaria-Geral da nova Executiva do PSDB. Quem bancou o nome do mineiro foi o atual presidente tucano, Tasso Jereissati, o que foi lido internamente como um sinal inequívoco sobre de que lado o cearense joga na batalha silenciosa por 2010.
Vazou Documento apreendido pela Polícia Federal na casa de José Roberto Pernomian, um dos suspeitos do esquema de corrupção envolvendo a Cisco, revela que ele tinha conhecimento prévio até mesmo do nome da Operação Persona, que investiga as fraudes em importações.
Nem aí Os candidatos ao comando do PT já notaram: o entusiasmo de Lula com a sucessão na direção do partido, em dezembro, é quase zero. O desinteresse vem ganhando corpo desde que o nome sua preferência, o assessor do Planalto Marco Aurélio Garcia, foi rifado pelo antigo Campo Majoritário para que Ricardo Berzoini tentasse a reeleição.
Chancela Além de PT e PSDB, o DEM também enfrenta convenção, em 12 de dezembro. No caso do ex-PFL, trata-se de formalidade para converter a atual direção de provisória em permanente. Rodrigo Maia (RJ) será confirmado na presidência para mandato de quatro anos. Na ocasião será lançada a logomarca oficial do partido.
Sem sinal A bancada do DEM na Câmara fechou questão contra a MP que cria a TV Brasil, a rede pública do governo. Foram 40 votos contra 2 favoráveis à criação da emissora na bancada. Uma vez tirada a diretriz, quem divergir do partido na votação em plenário poderá sofrer punição.
Remédio amargo O deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), diz que o governo deveria ser mais duro com os senadores da base na negociação da emenda da CPMF. "Eu, se fosse o presidente, baixaria um aviso de que, se não passar a CPMF, o primeiro corte será nas emendas dos parlamentares. Integral", diz o deputado.
Torneira Além do leilão da folha de pagamento, Tião Viana (PT-AC) prepara medidas de economia para construir o terceiro anexo do Senado. Um estudo aponta como poupar R$ 40 milhões, incluindo uma tesourada nas horas extras.
Azedou As relações entre PT e PMDB na Bahia estão tensas. O partido de Geddel Vieira Lima (Integração) reagiu aos acenos de Jaques Wagner ao tucano Antonio Imbassahy. O governador ensaiaria um "gelo" no PMDB e trabalharia para o PT não apoiar a reeleição do prefeito de Salvador, João Henrique.
Teatro Petistas próximos à ministra Marta Suplicy (Turismo) crêem que Geraldo Alckmin não será candidato em 2008, e sim a governador em 2010. Acham que o tucano manterá o suspense, para inibir a entrada dela na disputa.
3 em 1 Partidos da base de José Serra formam blocos, uma brecha no novo regimento da Assembléia, para pressionar o governador. O primeiro unirá PPS, PSB e PDT.
Tiroteio
Do deputado JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA) sobre as suspeitas de que a Cisco utilizou laranjas para doar R$ 500 mil ao PT:
A cada descoberta como esta, pode-se compreender por que o PT não deseja mais a reforma política nem o financiamento público de campanha, que eram bandeiras do partido quando estava na oposição.