O assistente administrativo Rosalvo Aparecido dos Santos, de 29 anos, voltava de viagem com a mulher, em setembro do ano passado, quando encontrou com um homem embriagado no portão de sua residência, no Barreirinha. Santos diz ter cumprimentado o rapaz, mas, por algum motivo que diz desconhecer, houve mal-entendido. Então, o homem passou a ameaçar o assistente e sua esposa. Para evitar confusões, o casal se trancou em casa. Mas não foi o suficiente: o homem continuou a ameaçar Santos e jogou pedras na porta de sua casa. Assustado com as possíveis consequências, Santos chamou a polícia.
"A atendente disse para ficarmos calmos, que ia enviar uma viatura em breve. Até hoje estamos esperando, ela nunca apareceu", relata. Mesmo em casos em que não há ameaça clara à vida, a presença da polícia transmite sensação de segurança à população e, mais do que isso, tende a inibir atividades criminosas. "Como eles não apareceram, fiquei preocupado. No dia seguinte, fiquei com medo de deixar minha mulher em casa. Nunca se sabe a intenção real das pessoas", comenta.
Estudante de Medicina da Universidade Positivo, Ricardo Parolin Schnekenberg costuma avisar as autoridades quando observa ocorrências perigosas. "Sempre aviso a concessionária de pedágio sobre colisões em rodovias, o Siate e o Samu quando há acidentes mais graves ou pessoas passando mal. Mas, até hoje, todas as minhas tentativas de contatar a polícia foram mal-sucedidas", relata.
Na primeira delas, Schnekenberg presenciou um ladrão roubando um carro na Avenida Vicente Machado. Avisou a polícia, que chegou uma hora e meia mais tarde e, ainda, na rua errada. Depois, observou uma briga envolvendo jovens armados com paus e pedras, em Campo Largo. Ele tentou ligar para polícia, porque havia rapazes sendo espancados, mas não conseguiu. Por fim, quando viu um grupo de homens usando crack abertamente na Rua Treze de Maio, o estudante, novamente, chamou a corporação. Até o momento em que foi embora, a viatura não havia aparecido.
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