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Os educadores das creches de Curitiba decidiram, em assembleia realizada no fim da tarde desta quarta-feira (19), manter a greve que teve início na terça-feira (18), apesar de uma decisão judicial ter declarado o movimento ilegal. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) ainda estuda qual tipo de recurso apresentar, mas está disposto a arcar com a multa diária de R$ 80 mil por causa do descumprimento da sentença.

Segundo a diretora da coordenação de comunicação do Sismmuc, Adriana Kalckmann, a reunião realizada terça entre a categoria e a prefeitura não teve avanços e, por isso, os educadores decidiram manter a paralisação. A principal reivindicação é a redução de jornada de 40 horas para 30 horas, para diminuir as diferenças com a carreira dos professores municipais. "Nós já havíamos feito uma paralisação em novembro do ano passado, e dado prazo para a prefeitura estudar o assunto. Esse prazo venceu na semana passada e, por isso, os trabalhadores não aceitam mais essa desculpa", declarou. Pela manhã, a prefeitura anunciou que havia conquistado uma decisão favorável do Tribunal de Justiça do Paraná, que considerou a greve ilegal. Segundo a prefeitura, a sentença do juiz de segundo grau Jefferson Johnson entendeu que a greve foi "abusiva" por ter sido iniciada em meio às negociações com o poder público.

Na terça-feira, durante reunião entre as duas partes, o Sismuc havia abandonado a reunião com representantes da prefeitura. "A assembleia deliberou pela greve, então vamos analisar o que será feito. A princípio, pagaremos a multa em juízo para depois recorrer", explicou Adriana.

Transtorno

Com a manutenção da greve, a quinta-feira deve ser de transtorno para as famílias que dependem das creches – chamadas de Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs). Nesta quarta (19), um balanço da prefeitura realizado à tarde apontou que, das 199 unidades, 35 estavam fechadas, e outras 124 abriram parcialmente. Em apenas 40 o funcionamento era normal. A prefeitura contabilizou que 2.272 educadores não compareceram ao trabalho, e que 17.653 crianças ficaram sem atendimento.

A prefeitura informou, via assessoria de imprensa, que está disposta a manter a negociação com a categoria, mas que aguarda o retorno ao trabalho. Segundo o Executivo municipal, a reivindicação de redução de jornada exigiria a contratação de um número grande de profissionais, e que por isso são necessários estudos sobre o impacto econômico da medida.

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