A polêmica em torno do conceito de gênero presente nos documentos originais dos planos de educação se repetiu em todo o Brasil. Nem mesmo o Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado em junho de 2014, resistiu à pressão da bancada religiosa no Congresso Nacional. Mesmo assim, educadores tentaram sensibilizar os legisladores para manter o termo nos documentos.
A iniciativa nacional De Olho nos Planos, criada para acompanhar a aprovação das metas por todos os entes federativos, também divulgou uma nota de repúdio “contra manifestações de intolerância e proselitismo religioso” nas discussões. “As estratégias de promoção da igualdade de gênero, raça e orientação sexual nos planos de educação visam dar concretude à Constituição Brasileira, à legislação educacional e às diversas normativas internacionais dos quais o Brasil é signatário”, diz nota divulgada pelo grupo, formado por várias organizações, como a União dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME) e o Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação (FNCE), entre outras.
O Conselho Municipal de Educação de Curitiba (CME) argumentou que as metas e estratégias previstas originalmente no PME também fazem parte das Diretrizes Nacionais para Educação em Direitos Humanos (EDH).
A superintendente de Educação da Secretaria da Educação do Paraná (Seed), Fabiana Campos, disse à reportagem na semana passada que a abordagem ajudaria a romper barreiras históricas, como as que afastam meninas de cursos de engenharia, por exemplo.