Brasília Profissionais da área de educação defendem mudanças nas regras para a escolha dos diretores de escolas públicas. Em alguns municípios, os diretores são indicados pelo prefeito e não passam por nenhum tipo de seleção. Para os educadores, a escolha deveria ser feita através de uma eleição envolvendo professores, alunos, pais e servidores das unidades de ensino.
A presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Maria Auxiliadora Seabra Rezende, afirma que o perfil dos diretores influencia na qualidade das escolas. Para ela, além do processo eleitoral, também é preciso observar qualificação. "Mesmo para se fazer a eleição é preciso que se indique alguém com um preparo técnico. Nós concordamos com a fato de que a pessoa que queira se candidatar ao cargo de diretor tenha uma boa capacitação técnica", defende.
Maria Auxiliadora é secretária de Educação do Tocantins e cita seu estado como exemplo. Desde de 2001, os candidatos à vaga de diretor do estado são submetidos á análise curricular, prova de títulos e prova escrita. A partir de 2008, os três melhores classificados também terão que enfrentar as urnas.
O secretário-geral da Associação Brasileira dos Municípios (ABM), José Carlos Rassier, defende que cada município deve ter autonomia para decidir como os diretores serão escolhidos. Para a ele a indicação política também é valida. "Esse é um cargo de confiança, que deve ser escolhido pelo prefeito assim como o presidente também pode escolher seus ministros. Ter um bom currículo não quer dizer que a pessoa tem sensibilidade para exercer o cargo se diretor", explica Rassier.
O Ministério da Educação (MEC) já estuda a possibilidade de alterar a regra para a escolha dos diretores. A assessoria de comunicação do órgão informou que a idéia é utilizar o currículo profissional como forma de seleção.