Apesar de sua legislação prever a pena de morte para os crimes de contrabando e tráfico de drogas, o Egito não costuma aplicar esta sanção. Segundo relatório da Associação Internacional de Redução de Danos (IHRA, na sigla em inglês), o país é considerado um local com baixa aplicação da pena capital para esses casos. Esse histórico dá esperanças à família do jovem de Foz do Iguaçu Lucas Stormoski, 20 anos, detido no Aeroporto Internacional do Cairo por porte de três quilos de cocaína.
Segundo a Anistia Internacional, a partir de informações de várias fontes, principalmente do jornal inglês The Guardin e do canal de televisão Al Jazeera, as penas de morte ainda são realidade no Egito, mas estão sendo aplicadas principalmente como retaliação a apoiadores do ex-presidente Mohammed Morsi, deposto pelo Exército em 2013. De 12 execuções realizadas neste ano, cinco teriam sido aplicadas a condenados por assassinato e outras sete a apoiadores de Morsi.
De acordo com o irmão de Lucas, Cristian Stormoski, 24 anos, a família aguarda um retorno da Embaixada do Brasil no Cairo com sugestões de advogados para atuar no caso. O serviço consular contava com assistência jurídica até o ano passado, mas ela foi cortada por restrições orçamentárias. Segundo o Itamaraty, não cabe às embaixadas ou consulados tomar parte em processos judiciais.
“Minha família é grande, então estamos juntando recursos, mas precisamos ver o orçamento. Com advogado fica melhor, mesmo que eles não estejam aplicando pena tão pesada”, disse Cristian.
Segundo nota do Itamaraty, Lucas foi preso em 4 de setembro, no Aeroporto Internacional do Cairo. Ele ainda permanece em uma carceragem no local. Segundo relato do paranaense à uma emissora de televisão local, ele recebeu uma proposta para levar comprimidos ao Egito e aceitou por estar precisando de dinheiro. Ele receberia R$ 12 mil por isso. No vídeo, ele se disse bastante arrependido.
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