Ponta Grossa - As concessionárias do Anel de Integração decidiram suspender a isenção de pedágio para eixo suspenso de caminhões vazios. A cobrança começou ontem. O diretor estadual da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), João Chiminazzo Neto, afirma que as empresas têm o direito, por contrato, de cobrar a tarifa de acordo com a composição do veículo, sem fazer distinção se todos os eixos estão rodando ou não. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER), através da assessoria de imprensa, confirmou que a cobrança está prevista em contrato.

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A isenção vigorava há dez anos, como parte de um acordo informal com o governo do estado. Chiminazzo destaca que as concessões estaduais no Paraná são as únicas que já cobram menos por eixo de caminhão em relação aos outros veículos. "Aqui a tarifa é 17% menor para eixos", diz. Segundo a ABCR, a decisão de acabar com a isenção é calçada principalmente na ampliação do uso do sistema de cobrança posterior. Quem passa pela cancela automática, mesmo com eixo erguido, paga o valor pela quantidade total de eixos que o veículo tem. "Então é uma questão de isonomia, de cobrar igual de quem passa pelo Via Fácil ou por outra cancela", alega. O porcentual de usuários que teriam aderido ao sistema automático estaria em 30%.

Outro argumento das empresas é de que a isenção provoca transtornos no momento da cobrança, já que um funcionário precisa sempre ir verificar se o caminhão está mesmo vazio. De acordo com Chiminazzo, a suspensão na isenção não deve ter grande impacto no setor de transportes de carga porque apenas 1% dos caminhões que passam pelas praças está com o eixo suspenso. As empresas teriam comunicado os motoristas sobre o fim da isenção e aqueles que não tinham dinheiro para arcar com a diferença teriam sido liberados.

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O fim da isenção foi uma surpresa desagradável para o caminhoneiro José Valmir Bach, 47 anos. Ele passou ontem pela praça de pedágio de Witmarsum, em Palmeira. Sempre que leva uma carga para Paranaguá, Bach volta com a carreta vazia. "Recebo vale-pedágio só para a ida. O da volta eu tiro do valor do frete", conta. Agora, serão R$ 50 a mais por viagem que ele terá de desembolsar. Há projetos de lei em avaliação na Assembleia Legislativa para exigir a isenção para os eixos suspensos.