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O comandante da Tropa de Choque de São Paulo, Eduardo Félix, reafirmou na noite desta quarta-feira (22) que confia na versão de sua tropa de que houve tiro antes da invasão do apartamento no ABC e colocou dúvidas sobre a versão de Nayara Silva, adolescente que estava no local. "Ela é uma vítima que estava em um local de crise. Está confusa", disse.

O comandante fez a afirmação após a divulgação de detalhes do depoimento de Nayara, realizado nesta quarta em um hospital de Santo André. O conteúdo contradiz a versão do Gate e de vizinhos ouvidos pela polícia. "O Gate [Grupo de Ações Táticas Especiais] é altamente qualificado e tem a minha confiança. A ação foi provocada pelo disparo. Nós não tínhamos a intenção de invadir por uma questão técnica: não sabíamos onde estavam as reféns", declarou.

Ainda sobre a versão de Nayara, ele diz que agora aguarda provas técnicas. "Ela estava em um local de crise, existem laudos que irão esclarecer toda a situação." E acrescentou. "Não seria leviano de questionar o depoimento dela. Respeito o depoimento da Nayara, assim como respeito o depoimento dos policiais", afirmou.

O comandante da Tropa de Choque ainda aproveitou para refutar as críticas à ação da polícia. Para Felix, "algumas pessoas estão aproveitando para se vender na mídia".

Não houve tiro

A jovem declarou à polícia que fez nenhum disparo no apartamento onde era mantida refém minutos antes da invasão, de acordo com o delegado seccional de Santo André, Luiz Carlos dos Santos.

A jovem relatou que Lindemberg fez um disparo em direção ao teto entre 15h e 16h de sexta, em "um momento de nervosismo", ainda segundo o delegado. Depois da invasão, ela se recorda de dois tiros, mas não relatou nenhum outro ocorrido instantes da ação policial. "Hoje, a Nayara afirmou taxativamente que não houve esse tiro", disse o delegado seccional.

O coronel Eliseu Leite de Moraes, da Polícia Militar, disse que todas as circunstâncias da invasão serão apuradas. "Isso [o tiro] por si só não é o fator primordial. O que determina uma invasão é um risco insuportável e uma possibilidade de sucesso. A finalidade da PM é trazer a verdade e nós também queremos saber o que exatamente aconteceu", afirmou.

Nayara foi ouvida pelo delegado responsável pelo caso, Sérgio Luditza, e pelo promotor Antonio Nobre Folgado. Psicólogos, integrantes do Conselho Tutelar, a mãe da jovem e o advogado contratado pela família, Ângelo Carbone, acompanharam o depoimento.

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