Em depoimento na tarde desta segunda-feira (18) no Fórum Central de Guarulhos, na Grande São Paulo, o irmão da advogada Mércia Nakashima, Márcio Nakashima, disse que Mizael Bispo de Souza, ex-namorado da vítima e principal suspeito do crime, era violento. "Ele tinha fama de violento pelas ameaças que ela me contava", declarou o irmão.
Nakashima também comentou sobre o relacionamento da irmã com o ex-policial militar. "Ele era muito ciumento. Quando ele estava junto, eu não podia falar com ela. Ela mal podia sair do lugar dela", relembrou.
O irmão afirmou ainda que Mércia chegou a trocar o número de telefone várias vezes depois que os dois terminaram o namoro. "Ele ia todos os dias à casa para tentar relacionamento com Mércia", disse Nakashima, que afirmou saber que "havia contato dos dois depois do rompimento, mas achou que eram profissionais".
A irmã de Mércia, Claudia Nakashima, foi a primeira testemunha a prestar depoimento durante a audiência, nesta segunda-feira. "Eu tenho muita raiva do Mizael. Se encontrar com ele na rua, eu dou ré e passo por cima dele", disse Claudia, durante seu depoimento.
O depoimento de Claudia começou às 11h30 e foi finalizado às 13h. Ela pediu a saída dos acusados além de Mizael, o vigia Evandro Bezerra Silva da sala durante seu relato. Antes de entrar na sala, ela passou mal e vomitou, pois sofre de anorexia nervosa.
A defesa de Mizael ainda tentou adiar a audiência com dois pedidos antes de seu início, que foram rejeitados. O advogado Samir Haddad Júnior também tentou a exclusão de Claudia como testemunha de acusação, alegando que ela estava movida pela emoção, mas não teve sucesso.
Os depoimentos das testemunhas e dos acusados serão gravados em vídeo. Todas as testemunhas de defesa foram dispensadas e devem comparecer nesta terça-feira (19) para serem ouvidas. O juiz também convocou o perito Renato Patoli, autor do laudo da reconstituição da morte, como testemunha do juízo.
Esta etapa do processo é conhecida como instrução ou pronúncia e antecede um eventual julgamento. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, os trabalhos poderão durar até três dias.
Ao final, o juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano deverá divulgar a sentença. Se pronunciá-los, os acusados de matar a advogada de 28 anos em 23 de maio numa represa em Nazaré Paulista, no interior do estado de São Paulo, deverão ser levados a júri popular. Se optar pela impronúncia, o caso será arquivado e não haverá julgamento.
Acusados
O ex-namorado e ex-sócio da vítima, o advogado e policial militar reformado Mizael Bispo de Souza, de 40 anos, e o vigia Evandro Bezerra Silva, de 39 anos, são apontados como "executor" e "partícipe" do assassinato, respectivamente.
Mizael sempre negou o crime. Evandro também passou a alegar inocência. Ambos respondem ao processo em liberdade provisória, mas são obrigados a comparecer a audiência. Existe ainda a possibilidade de, numa eventual pronúncia, o juiz decretar a prisão preventiva dos réus ao dar a sentença, caso haja algum fato novo que justifique isso.
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