Como funciona
Alunos do Infantil
Fazem vivências cidadãs na cidade mirim e votam nas eleições (com o auxílio dos pais).
Fundamental
Utiliza a cidade para aprender na prática conteúdos trabalhados em sala de aula, como trânsito, por exemplo.
Políticos mirins
São eleitos entre os alunos do 1.º a 3.º ano (vereadores) e 4.º (prefeitos) para mandato no ano subsequente.
Reuniões
Legislativo e executivo se reúne ao longo do ano na Câmara de Vereadores para debater e avaliar andamento das propostas.
Plantão
Prefeito e vice fazem plantão na Prefeitura durante alguns recreios.
Confira os políticos eleitos para a gestão 2014/2015 da Cidade Mirim
Prefeito/Vice: João Pedro Fratoni e Gustavo Schlichta - 160 votos
Vereadores
Sophia Zanatta Flizikowski - 77 votos
Guilherme G. da Rocha - 38 votos
Eluan de Vargas M. Cardoso - 27 votos
Natan Reinann Paulus - 22 votos
Beatriz Kubiack Carvalho - 21 votos
Diego Seixas - 14 votos
Mariana Guimarães - 14 votos
Marlon Oliveira - 13 votos
Vinícius Itelmach - 13 votos
Alexandre Gomes de Freitas - 7 votos
Giovanna de Lima Piccinatto - 7 votos
João Guilherme Daniel Tommasi - 5 votos
Aluna do 3.º ano do Ensino Fundamental, Sophia Zanatta chegou mais cedo para a aula na segunda-feira, dia 23. O motivo era o nervosismo: ela concorreu a uma vaga de vereadora nas eleições da Cidade Mirim, do Colégio Opet. A irmã de três anos ajudou a puxar os votos do Ensino Infantil e, com 77 votos, Sophia foi eleita presidente da Câmara de Vereadores (Mirim). Ela vai governar um dos poderes da cidade ao lado de João Pedro Fratoni e Gustavo Schlichta, eleitos prefeito e vice para a gestão 2014/2015 pelo Partido Social Mirim.
A trajetória dos meninos começou no - para eles longínquo - ano de 2012 quando, com sete anos, Gustavo ficou em primeiro e João em segundo na eleição para o legislativo das crianças. Com dois mandatos na vereança, o futuro prefeito aprendeu a ser eloquente, e fala com segurança da proposta de "doação de roupas para entidades filantrópicas" que teve que deixar de lado (eles só têm direitos a duas proposições por ano).
Na Cidade Mirim a política funciona como um canal para o aprendizado da cidadania. De maneira divertida, mas sem ser uma mera brincadeira; propostas inviáveis como "recreio de uma hora", por exemplo, são proibidas. A ideia é demonstrar na prática que a vitória exige responsabilidades como ficar na escola até mais tarde ou "perder" o recreio em uma reunião da Câmara.
O quintanista Felipe Pedroso Lopes sabe bem disso. Atual prefeito, ele e seu vice Lorenzo Reis viveram a experiência de passar um intervalo inteiro fazendo plantão na prefeitura e "só veio uma pessoa que pediu para fazer uma sala de inglês, mas aí ele saiu e voltou a brincar e nós ficamos aqui sentados". Se valeu a pena? "Valeu, a gente debateu bastante coisa enquanto estava aqui".
Felipe, que em 2015 passa a faixa adiante, guarda santinhos e o cartaz da campanha vitoriosa como um troféu. Mas o processo pedagógico da Cidade Mirim não está restrito aos vencedores. Quase sem querer, o prefeito eleito mostra que já entendeu isso. Perguntado como iria convencer os eleitores adversários a votar nele, João Pedro deu um baile: "Não dá para ficar julgando a pessoa porque não votou na gente, depende do gosto de quais propostas ela prefere, só esperamos que mais gente goste da nossa!"
Candidatas pelo Partido Ecológico Mirim, Ana Carolina Strapasson e Vitória Bandeira foram bem: fizeram 102 votos, contra 160 dos garotos. O especialista em educação Marcos Meier destaca que vitória e derrota é uma maneira importante de ensinar sobre representatividade e defende que esta experiência democrática pode ser vivenciada mesmo em eleições menores, como de representante de turma. "As escolas que não trabalham esta seleção como um elemento político estão perdendo uma oportunidade de ouro", diz.
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