Sorocaba (AE) O Movimento dos Sem-Terra (MST) intensifica as invasões de terras e outras ações de olho no calendário eleitoral. Em vários estados, o movimento desencadeou invasões com o pretexto de acelerar a reforma agrária. O dirigente nacional João Paulo Rodrigues confirmou ontem que a agenda não vai se restringir à reforma no campo.
Os militantes serão mobilizados para exigir mudanças na economia e no quadro político nacional. "O MST está animado pela ascensão ao poder de alternativas políticas que surgiram no calor da luta popular", disse, citando como exemplo as eleições de Evo Morales na Bolívia, e de Michele Bachelet, no Chile, que se juntaram a governantes populares eleitos há mais tempo, como Kirchner, na Argentina; Hugo Chávez, na Venezuela, e Lula, no Brasil.
Esta semana, mulheres militantes realizam manifestações e ocupações para marcar o Dia Internacional da Mulher. Até o dia 14, o MST participa de uma jornada nacional em defesa das águas. De 3 a 5 de abril, militantes irão protestar na reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Belo Horizonte.
Em abril, haverá mais invasões de terras e atos públicos. É quando se completam 10 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 sem-terra foram mortos. "Estaremos mobilizados para cobrar o estado, que abandonou as famílias das vítimas." Na data, considerada o Dia Mundial da Luta Camponesa, haverá manifestações também em outros países, estendendo-se até o dia 24.
O calendário de lutas inclui ainda manifestações pela saída das tropas brasileiras do Haiti, contra o imperialismo americano e a guerra no Iraque, e pela retirada de uma base militar dos Estados Unidos no Paraguai.
No Rio Grande do Sul, notificados para desocupar até as 15 h de ontem a fazenda Guerra, em Coqueiros do Sul (RS), os integrantes do MST rasgaram a ordem judicial de reintegração de posse.
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