| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O governador Beto Richa respondeu de forma dura na manhã desta sexta-feira (20) em Cascavel, no Oeste, a uma das exigências do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para pôr fim aos protestos que ocorrem nas rodovias do Paraná. O movimento quer a saída imediata do chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, apontado pelo MST como um dos incentivadores do conflito agrário. Richa está na região para liberar recursos para obras e ações em diversas cidades.

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De acordo com Richa, é impossível atender ao pedido dos sem-terra. “Eles não mandam no meu governo. Eu monto a minha equipe, sei da qualificação e da importância de cada um dos meus secretários, ou melhor, a opinião deles não me interessa em relação a isso”, afirmou.

Richa negou que Rossoni tenha interferido para prejudicar os sem-terra e disse estar aberto para o diálogo. “Sou uma pessoa tolerante equilibrada emocionalmente e estou disposto a conversar com todos, mesmo que tenha opiniões contrárias, mesmo que tenham motivações políticas, partidárias”, enfatizou.

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Surpreso

O governador disse ainda que na tarde desta quinta-feira (19) ficou acertado que ele irá receber integrantes do movimento no início da próxima semana sob a condição de que eles desbloqueassem a rodovia – a assessoria do governador confirmou o encontro para a próxima quarta-feira (25) no Palácio Iguaçu. “Acabei de ser surpreendido na manhã de hoje [sexta-feira] com alguns pontos de bloqueios”, declarou.

Apesar disso, o governador declarou que poderá receber os sem-terra desde que a BR-277 seja desinterditada. “Posso falar com eles, mas é importante o desbloqueio das estradas porque isso traz prejuízos econômicos ao estado e transtornos aos paranaenses”, declarou.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o MST informou que irá desocupar as rodovia a partir das 14 horas. A organização do movimento não confirma.

Secretário

O secretário chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, que também está em Cascavel, disse em entrevista à CBN que existem dois movimentos dentro do MST, um que trabalha e que deu certo, mas há outro composto por “vagabundos que não trabalham, não conhecem o que é a enxada e o que é foice”. Ele classificou esse outro MST como “quadrilha” e diz que são mantidos pelo governo federal.

Rossoni também alfinetou o assessor de Assuntos Fundiários, Hamilton Sergihelli, que havia dito que não sabia da reintegração de posse feita na quarta-feira (18) na Fazenda Santa Maria, em Santa Terezinha de Itaipu. “O Hamilton Serighelli é subordinado ao chefe da Casa Civil, certamente se ele tivesse ligado pra mim ele teria conhecimento do que poderia acontecer no outro dia, mas como ele não se reportou a mim, se reportou as pessoas erradas não tinha conhecimento e quem não obedece hierarquia, algo está errado”, afirmou.

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