O presidente da Eletronuclear, que opera as usinas Angra 1 e Angra 2, em Angra dos Reis, Litoral Sul do Rio, informou na tarde deste domingo (3) que não vai desligar o complexo nuclear, como pedido pelo prefeito da cidade, Tuca Jordão. De acordo com Othon Luiz Pinheiro da Silva, é preciso ter uma "real necessidade técnica para isso" e desligar as usinas seria "um ato de gestão irresponsável".
Silva anunciou sua decisão por meio de nota. Em resposta ao ofício do prefeito de Angra, o presidente da Eletronuclear afirmou que as usinas podem ser desligadas "a qualquer momento", mas ressaltou que "tal desligamento, porém, seria uma decisão baseada em critérios técnicos".
Após os delizamentos de terra em Angra dos Reis e na Ilha Grande, deixando pelo menos 44 mortos na região, o prefeito Tuca Jordão decretou estado de calamidade pública no município e pediu que Angra 1 e Angra 2 fossem desligadas por precaução. "Chega de correr riscos; temos que evitar problemas futuros", disse ele, em entrevista na manhã deste domingo.
O prefeito reafirmou que não haveria quaisquer problemas operacionais ou de vazamento na usina. O desligamento também seria motivado por conta do perigo representado pelas condições críticas da Rodovia Rio-Santos, que dá acesso a Angra dos Reis e foi interditada na noite de sábado (2) devido à uma rachadura na encosta. O problema foi detectado na altura do km 477, no trevo de Angra dos Reis. O tráfego foi parcialmente liberado na manhã deste domingo. Plano de emergência
Na entrevista pela manhã, Jordão também falou sobre o plano de emergência da cidade e pediu que as pessoas que morem em área de risco deixem suas casas. Ele afirmou que há ainda entre 15 e 20 pontos de risco espalhados pelo município.
Para informações sobre Angra, a Defesa Civil municipal disponibiliza os seguintes telefones: (24) 3377-7991 / 3777-7480.
Chuvas matam 64 no estado
As chuvas causaram 66 mortes no Rio de Janeiro desde o dia 30 de dezembro. Além das 44 em Angra, foram 22 mortes no estado. Destas, segundo dados da Defesa Civil, cinco foram na Praça Seca, em Jacarepaguá, na Zona Oeste; três em Quintino, três em Vaz Lobo, no subúrbio; quatro em Magé (entre elas as de um casal de idosos), uma em Duque de Caxias, duas em São João de Meriti e duas em Belford Roxo, na Baixada Fluminense; e duas em Niterói, na Região Metropolitana.