O deputado federal Eli Borges (PL-TO) assumiu a liderança da bancada evangélica no Congresso Nacional pelos próximos seis meses, após acordo de revezamento feito no ano passado com o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM).
A troca de comando ocorreu nesta quarta-feira (7) durante um culto na Câmara dos Deputados com a presença de parlamentares e do Advogado-Geral da União, Jorge Messias, representando o Executivo.
A frente é composta por 203 deputados federais e 26 senadores de diversos partidos. O grupo tem uma forte atuação em defesa das pautas conservadoras, como o combate as drogas, a ideologia de gênero, contra o aborto, entre outras.
O pastor Marco Feliciano (PL-SP) será o vice-presidente da Frente Evangélica. À Gazeta do Povo, ele disse que “o novo presidente tem um perfil de enfrentamento” e reforçou que as prioridades da bancada neste ano serão definidas em uma reunião, após o feriado de carnaval.
Já o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ex-líder da Frente, afirmou que o novo presidente “dará continuidade ao bom trabalho do Silas Câmara”. Ele ressaltou que “cada um tem suas características”, mas garantiu que “o foco do trabalho será o mesmo”.
“Tenho convicção que a Frente Evangélica continuará cumprindo sua missão na defesa dos nossos valores”, destacou Sóstenes à Gazeta do Povo.
Neste ano, a relação dos evangélicos com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já começou conturbada por conta do fim da isenção fiscal concedida a líderes religiosos. E o PT ainda tenta combater as Fake News que acusam o presidente Lula de promover o fechamento de igrejas.
Perfil
Pastor evangélico natural de Goiás, Borges foi reeleito na última eleição para o segundo mandato como deputado federal pelo Tocantins. É filiado ao Partido Liberal (PL) desde abril de 2022. Antes, quando integrava o Solidariedade, chegou a atuar como vice-líder do partido na Câmara. Na vida pública também já foi vereador e deputado estadual.
O deputado se tornou, em fevereiro de 2022, porta-voz da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Borges também é defensor de pautas conservadoras. Em entrevista à Gazeta do Povo, ele disse que seu maior desafio como parlamentar era impedir o avanço de pautas como linguagem neutra, ideologia de gênero, passaporte sanitário e legalização da maconha.
Borges também já teceu críticas à conduta do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto à atuação em temas sensíveis ao conservadorismo. "Como eles estão legislando – e, às vezes, querem ser presidentes da República também –, é lamentável dizer, mas nós corremos o risco da ditadura da toga querer impor isso [o aborto] goela abaixo", declarou. Na época, ele afirmou acreditar que em 2023 a bancada evangélica iria aumentar. Esse crescimento de fato ocorreu, com pouco mais de 25% dos parlamentares da Câmara e 17% no Senado.
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