Libertada da prisão na noite desta quarta-feira, Elizabetha Zanella reclamou de maus-tratos no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), em Curitiba. Ela esteve presa por uma semana acusada de envolvimento com uma quadrilha de roubo de cargas. Elizabetha é mãe de Rafael Rodrigo Zanella, morto por policiais civis em 1997, e acusa a polícia de perseguição. "Eu estou revoltada. Tenho certeza de que grande parte da polícia tem muita raiva de mim", disse, em entrevista à Rádio CBN na manhã desta quinta.
Segundo Elizabetha, policiais do Cope teriam dito ao seu filho, em um desses sete dias em que esteve presa, que "Rafael era um vagabundo e merecia morrer", além disso ela teria sido alvo de chacota, afirmando que "ouviu de tudo" e que "davam muita risada". Ela afirmou na entrevista que até a morte do filho nunca teve nenhum problema com sua empresa, uma distribuidora de cigarros aberta há 28 anos. De acordo com Elizabetha, após a morte de Rafael, houve três situações em que a polícia teria recebido denúncias contra a empresa.
"A Polícia Civil foi investigar e não encontrou nada, um tempo depois a Polícia Militar também e não encontrou nada e mais um tempo depois a Polícia Federal e também não encontrou nada". Ela disse também não saber quem é a quadrilha de roubo de cargas com a qual é acusada de ter envolvimento. "Eu não conheço esse pessoal. Eu acho que estavam realmente atrás de mim. Eu não posso julgar ninguém, só sei que alguma coisa está errada", defendeu-se. Elizabetha disse que pretende acionar o estado do Paraná. "Eu vou fazer uma denúncia na Corregedoria". Até por volta das 17h a empresária não havia denunciado os policiais do Cope na Corregedoria.
Outro lado
Em resposta às declarações de Elizabetha Zanella à Rádio CBN, o delegado do Cope, Marcos Vinícius Micheloto, procurou desvincular qualquer ligação da prisão dela com a morte de Rafael. Segundo Micheloto, o policial que fez a detenção de Elisabetha é recém chegado do Rio de Janeiro. "Ele sequer conhecia o caso", disse. O delegado disse ainda que "o Cope possui uma gama de comprovações da movimentação dela com a receptação da carga. Se depois da morte do filho dela a polícia apareceu foi porque as denúncias de irregularidades existiram".
Sobre o fato de o filho ter sido "humilhado" por policiais do Cope, Micheloto disse que "ela estava acompanhada o tempo todo por seus advogados e nunca se queixou contra os policiais da unidade". Micheloto concluiu a entrevista dizendo que "não podemos confundir o Caso Zanella com essa prisão dos irmãos Zanella". Além de Elizabetha, foram presos na semana passada os irmãos dela, Paulo e João Franz. Eles são acusados de receptar cargas roubadas pela quadrilha de Ivanildo Sitorski, um dos ladrões de carga mais procurados do país, preso três dias antes.
Caso Zanella
Os policiais Airton Adonski Júnior e Reinaldo Sidwoski são acusados de assassinarem Rafael Zanella em maio de 1997, durante uma abordagem em Santa Felicidade. O julgamento de ambos deve acontecer no Tribunal de Júri, na capital, sem data confirmada.
Como a PF costurou diferentes tramas para indiciar Bolsonaro
Problemas para Alexandre de Moraes na operação contra Bolsonaro e militares; acompanhe o Sem Rodeios
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Enquete: como o Brasil deve responder ao boicote de empresas francesas à carne do Mercosul?
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora