São Paulo envelhece. Não porque a cidade está próxima de completar cinco séculos de fundação. Mas por sua população, cada vez mais amadurecida. Nos últimos dez anos, o número de paulistanos com 60 anos ou mais subiu 35% e chegou a 1,3 milhão. E a tendência trará uma mudança simbólica em 2024, quando a população idosa vai superar a de crianças e jovens até 14 anos.

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Pela projeção da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), feita com exclusividade para o Estado, esse fenômeno ocorrerá em 2024. Será quando, pela primeira vez desde que há levantamentos do tipo, o contingente da terceira idade (que será de 2,2 milhões) ultrapassará o de crianças (de 2,13 milhões). Além da tendência de alta entre os mais velhos, a população mais nova (de 0 a 14 anos) começa a diminuir a partir do ano que vem, quando somará 2,63 milhões, 200 mil a menos que hoje. A metrópole terá de se adaptar a esse cenário.

"Uma mudança como essa exigirá que a cidade se adapte, com opções de lazer, transporte, habitação e até publicidade mais focada nesse público", analisa o demógrafo Carlos Eugenio de Carvalho Ferreira, da área de projeções demográficas da Seade. Para ele, o envelhecimento da população se deve a uma combinação de fatores, como a rápida urbanização; a participação crescente das mulheres no mercado de trabalho e o desenvolvimento da saúde pública.

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Nos últimos dez anos, o número médio de filhos por mulher, na capital, caiu de 2,2 para 1,9. Uma redução de 14%. Se o mesmo ritmo for mantido, em 2017 o índice será de 1,64 - equivalente ao de países europeus.

Em 1980, a idade média do brasileiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), era de 20,2 anos. Hoje, é de 28,8. A tendência é de crescimento: 35,8 em 2025; 42 em 2040; e 46,2 em 2050, quando haverá 64 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais, frente a 28 milhões com menos de 15 e 50 milhões entre 0 e 24 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.