Brasília A 20 dias das eleições, as pesquisas de intenções de voto indicam que a disputa para os governos estaduais deve ser decidida já no primeiro turno em 17 estados, sendo que em oito destes os vitoriosos devem ser os atuais governadores. Outros seis governadores têm chance de ganhar novo mandato no segundo turno. Pelo mapa dos institutos de pesquisa Ibope e Datafolha, o PMDB deve eleger o maior número de governadores no primeiro turno, com vitória prevista em seis estados. Em segundo lugar, PFL e PSDB, cada um com três, sendo que os tucanos devem ganhar o comando dos dois maiores estados São Paulo e Minas.
O PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera a disputa presidencial, está na lanterna e poderá eleger em primeiro turno apenas um governador, o ex-prefeito de Aracaju Marcelo Déda, em Sergipe. (Veja no quadro a lista dos candidatos com chances de vencer no primeiro turno)
Os tucanos estão cantando vitória pelo fato de as pesquisas indicarem o favoritismo de seus candidatos nos estados mais fortes.
"O PSDB está forte nos principais colégios eleitorais de Minas, São Paulo e Rio Grande do Sul. Deve ser um dos três partidos mais votados para governador, senador e deputado federal", diz o vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman (SP), candidato a vice na chapa de Serra.
Se as eleições fossem hoje, o PT teria Déda (SE) eleito no primeiro turno e boas chances com Wellington Dias (PI) e Binho Marques (AC). O governador do Acre, Jorge Viana, aposta num bom desempenho do partido.
"Quem apostou precipitadamente que o PT iria encolher vai errar. Se tiver surpresas é para mais. A onda Lula, de novo, é um fato", analisa.
Apenas três governadores que buscam a reeleição estão atrás nas pesquisas: o tucano Lúcio Alcântara (CE), o pefelista João Alves (SE) e a socialista Vilma Faria (RN). Nos três casos a disputa pode ser decidida já em 1.º de outubro.
Para o cientista político Murilo Aragão, da Arko Advice, o fato de Lula ter chances de vitória com seus aliados em oito estados e o PT em apenas três comprova a atitude dos eleitores de votar não em partidos, mas nos candidatos. "O eleitor escolhe pelo nome, não pelo partido e não necessariamente há relação entre o candidato favorito e seu candidato nos estados", diz.