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Em 7 anos, Paraná triplica cidades de alto desempenho

Saúde foi a vertente em que Curitiba teve melhor resultado | Antônio More/ Gazeta do Povo
Saúde foi a vertente em que Curitiba teve melhor resultado (Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo)

A quantidade de cidades com alto desenvolvimento no Paraná triplicou em sete anos. É o que mostra a sexta edição do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), referente aos dados de 2011, e que analisa as vertentes de saúde, educação e emprego e renda. Quando a medição começou, em 2005, o Paraná tinha sete cidades com indicador superior a 0,8, número que passou para 25 em 2011.

A Gerência de Economia e Estatística da Firjan atribui esse salto de desenvolvimento dos municípios paranaenses ao fato de que nesse período 346 das 399 cidades apresentaram evolução no IFDM, sobretudo em educação. Para Daniel Nojima, economista e diretor do departamento de estatística do Ipardes, o avanço do estado refletiu um bom momento da economia a partir nesse período, que permitiu avançar em todos os indicadores.

Pela primeira vez Curi­­tiba assume a liderança do ranking estadual, antes revezada entre Maringá e Apu­­carana. Nojima observa que a capital alcançou o mesmo patamar que as duas cidades do interior já haviam chegado, mas conseguiu desenvolver ainda mais. "Esse avanço de Curitiba é pelo forte crescimento econômico. A cidade cresceu demais nesse período e diminuiu a taxa de desemprego", comenta.

Embora a capital tenha avançado, o IFDM aponta que o estado patinou na vertente de emprego e renda. Para a Firjan, 2011 foi marcado pelo arrefecimento da atividade econômica, com menor geração de emprego e crescimento da renda na maioria dos municípios brasileiros, o que influenciou o Paraná, pois 187 municípios tiveram resultados piores do que o de 2010.

Nojima avalia que a questão do emprego é muito pontual. Os dados de trabalho apontam a criação de 140 mil empregos de 2010 para 2011. "Como o interior do estado é muito agrícola, nesse ano a safra de grãos caiu um pouco e os municípios menores acabam sofrendo."

Saúde e educação

O melhor resultado do estado foi na vertente de saúde, em que há mais municípios bem posicionados. Duas cidades paranaenses estão entre as dez melhores do país no segmento: Cambira e Serranópolis do Iguaçu. Em comum, elas têm população pequena, mas para a Firjan essa relação não é determinante para o bom resultado.

Em educação, a redução da distorção idade-série elevou a maioria das cidades de patamar. Para Nojima, a melhora nos dois indicadores tem a ver com demografia, que provoca um efeito estatístico nesses municípios. "A redução no crescimento demográfico do país influencia até a demanda por escolas, por exemplo."

Mandaguari dá exemplo com formação e ensino integral

Única cidade do Paraná a superar a barreira do 0,9 de índice na vertente educação, Mandaguari, na região Noroeste, investe para valer no setor. Para alcançar a marca de 0,9127 no IFDM, a cidade de 34 mil habitantes aposta em várias estratégias, com foco na ampliação do ensino integral, cobertura de atendimento em educação infantil e formação continuada dos professores.

A secretária de Educação, Cultura, Esporte e Lazer do município, Adenise Batista Rodrigues, é professora de carreira da rede municipal. Ela conta que o município luta para zerar a fila de crianças à espera de uma vaga na escola. "Temos uma lista de espera, mas estamos nos organizando para até julho vencê-la e atender a todas as crianças de 0 a 5 anos", conta.

Outro fator que influencia o bom desempenho na vertente é o ensino integral, que começou a ser implantado em 2011. Mandaguari tem nove escolas de educação infantil e seis trabalham em regime integral. O mesmo ocorre no ensino fundamental: de seis unidades, metade trabalha em período integral.

Embora haja evasão escolar, a cidade trabalha em conjunto com a promotoria para buscar esses alunos que abandonaram a sala de aula. Além disso, há investimento em formação continuada e gratuita aos professores, e um bom plano de carreira. "É um trabalho que tem várias estratégias", diz.

A melhor capital

Além de assumir a ponta do ranking estadual, Curitiba apresenta o melhor resultado entre todas as capitais. Com o índice geral de 0,8637, a cidade garantiu o bom resultado sobretudo pelo desempenho na vertente saúde, que ficou com média 0,9693. Na sequência, veio educação (0,8294) e emprego e renda (0,8048). O desempenho também garantiu a Curitiba a 29.ª posição entre todas as cidades do Brasil. E a capital não quer estacionar. "Queremos saber quem está na nossa frente, com quem temos de aprender", diz Gina Paladino, presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento. Ela conta que essa técnica de benchmarking já trouxe bons resultados na área de tecnologia e economia criativa. A intenção é explorar mais os bons exemplos para trazê-los para a cidade.

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