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Em assembleia, estudantes da UEL decidem manter greve e ocupar reitoria

Estudantes em frente da reitoria da UEL: ocupação é tranquila | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Estudantes em frente da reitoria da UEL: ocupação é tranquila (Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina)

A decisão dos professores e servidores técnico-administrativos da Universidade Estadual de Londrina (UEL) de suspender a greve não será suficiente para a retomada das aulas no campus. Isso porque, também em assembleia, realizada na noite de terça-feira (23), os alunos da universidade decidiram permanecer em greve e ainda ocupar a reitoria até receberem uma resposta convincente do governo estadual e da própria Reitoria da UEL sobre suas reivindicações.

Em nota publicada em um blog oficial da greve dos estudantes da UEL, o movimento estudantil afirma que é preciso denunciar o “descaso e a truculência do governo do estado para com a educação pública”, que deixa a universidade e as escolas à beira de um colapso, pela falta de recursos e funcionários, além de políticas de acesso e permanência.

Lucas Godoy, estudante de pós-graduação e integrante do comando de greve da UEL, informou que a assembleia realizada no Pinicão contou com a participação de aproximadamente 260 estudantes. Durante a reunião sobre a manutenção da greve, um dos alunos propôs que o grupo saísse do anfiteatro e fosse até o prédio da Reitoria para continuar a discussão. Lá, outra sugestão foi aceita: a de continuar a assembleia dentro do prédio. Lá dentro da Reitoria os estudantes votaram, quase que por unanimidade, pela manutenção da paralisação. “Votamos pela ocupação da Reitoria até que uma porta de diálogo seja aberta com a reitora e o governo do estado”, disse.

Segundo Godoy, a decisão dos estudantes de permanecer em greve é o último recurso para evitar que a universidade continue “à beira de um colapso”. Ele justificou que, mesmo com o fim da paralisação dos servidores e professores, não houve avanços nas reivindicações ou conquistas concretas de melhorias para a universidade. Ele lembrou que no começo do ano, a UEL sofreu para pagar contas básicas, como água e luz, por falta de dinheiro.

Além da verba de custeio, a universidade precisa de mais servidores, segundo os estudantes. Sobre o termo de compromisso firmado entre os servidores, professores e governo estadual na semana passada, Lucas Godoy ressaltou que as medidas anunciadas não atendem totalmente as demandas da universidade. “O governo assumiu o compromisso de nomear servidores para o RU [Restaurante Universitário], mas se eles não forem contratados esta semana, as obras ficarão prontas e não vai ter funcionário. Nossas demandas são urgentes”, justificou.

A reportagem está tentando contato com Berenice Jordão, reitora da UEL, para comentar a ocupação. A informação é de que a reitora estava em reunião, por volta das 10 horas desta quarta-feira (24), e deve atender a imprensa até o final desta manhã.

Ocupação

Apesar dos cerca de 260 estudantes terem entrado no prédio da Reitoria na noite de terça-feira (23), apenas 50 dormiram de fato no local. Estudantes que moram perto do campus ajudaram com colchões e comida. A ocupação era tranquila até a manhã desta quarta-feira (24).

Seti afirma que reivindicações estudantis foram contempladas em termo de compromisso

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) garante que as reivindicações dos estudantes foram atendidas no Termo de Compromisso firmado pelo governo do estado, após reuniões realizadas em 15 e 16 de junho entre representantes dos docentes, estudantes e governo.

Na ocasião, em nota divulgada pela Agência Estadual de Notícias (AEN), o secretário da Seti, João Carlos Gomes, disse que, em relação às despesas de custeio, já estavam liberados os recursos dentro da programação definida pela Seti, Secretaria da Fazenda e Reitorias, o que garantiria as atividades acadêmicas e administrativas nas instituições.

Na mesma nota, o governo ressaltou ainda que entre os principais pontos que constam no termo de compromisso estão a nomeação de docentes e agentes universitários de todas as IEES, com processos em trâmite (substituição), até o final de julho. São 252 docentes e 426 agentes universitários, de concursos já realizados para vagas de reposição.

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