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Em audiência, skatistas pedem reconhecimento

Como os ciclistas: falta de espaços específicos faz usuários do skate utilizarem as canaletas | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Como os ciclistas: falta de espaços específicos faz usuários do skate utilizarem as canaletas (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)

Apesar de serem vistos com cada vez mais frequên­cia nos parques, ruas, calçadas e até canaletas de ônibus em Curitiba, os skatistas seguem invisíveis no que se refere à legislação de trânsito. O "limbo jurídico" que cerca os adeptos da prancha com rodinhas – não há qualquer menção ao objeto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) – é visto como um dos principais entraves para que o skate seja encarado como meio de transporte e tenha seus direitos e deveres reconhecidos nas vias urbanas. A contradição que cerca os skatistas, ainda longe de ser solucionada, foi tema ontem de uma audiência pública na Câmara Municipal da capital.

O encontro, organizado por iniciativa do vereador Chico do Uberaba (PMN), foi pautado por uma reivindicação que tem ganhado coro entre os skatistas de todo o país, independentemente da "tribo" ou do nível de prática em cima da prancha: o reconhecimento do skate como meio de deslocamento, a exemplo das bicicletas. A inexistência de uma previsão legal no CTB impede que a tensa relação entre skatistas e outros integrantes do trânsito, como motoristas e pedestres, seja regulada por regras específicas. Hoje, nem mesmo em casos de acidentes os usuários de skates são reconhecidos: no registro do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), eles são enquadrados como "pedestres", que, na ocasião, portavam um skate.

"Todos os dias me locomovo de skate para o trabalho e todos os dias sou visto como alguém que está atrapalhando o trânsito. Quando, na verdade, cada skate na rua é um carro a menos", afirmou na audiência o atleta profissional e representante da Confederação Brasileira de Skate, Pedro Henrique Barbosa, o Pedro Medula.

Apesar da regulamentação poder ser feita somente em nível federal, o que restringe o papel do município nas discussões, skatistas presentes no encontro também aproveitaram para reivindicar a melhoria dos espaços disponíveis – há hoje 30 pistas em Curitiba, carentes de manutenção – e reivindicar mais respeito de quem está atrás do volante.

A contrapartida, por outro lado, também foi discutida na audiência, com skatistas reconhecendo a necessidade de respeitar pedestres e fugir das canaletas, hoje o principal local de passagem dos skates – principalmente os longboards, que são maiores e mais utilizados para deslocamentos.

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