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Ana Seres, secretária de Educação do PR, e o governador Beto Richa (PSDB) reunidos com o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM) | Catarina Scortecci/Gazeta do Povo
Ana Seres, secretária de Educação do PR, e o governador Beto Richa (PSDB) reunidos com o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM)| Foto: Catarina Scortecci/Gazeta do Povo

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), afirmou nesta terça-feira (18), em Brasília, que há um caráter “político e partidário” nas ocupações das escolas estaduais, organizadas por estudantes que protestam contra a edição pelo governo federal da Medida Provisória 746/2016, responsável por mudanças no ensino médio. Em entrevista, o governador disse ainda que as ocupações não têm mais justificativa para se alongarem.

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“Não há dúvida que tem um viés político e partidário por trás disso tudo, como já teve no ano passado. Movimentos estudantis ligados a grupos radicais, ligados a partidos de esquerda, que muitas vezes não visam tão somente a melhoria das condições da educação”, declarou ele à imprensa, logo após sair de uma reunião com o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM).

O movimento chamado de Ocupa Paraná começou no último dia 3 e, atualmente, é responsável pela ocupação de cerca de 600 escolas em todo o estado. “Lamento que a grande ocupação das escolas seja no estado do Paraná. Isso que a gente estranha. Como toda mudança, gera resistência. Mas é importante lembrar que o próprio governo do PT discutiu essas mudanças. Precisamos deixar a demagogia de lado”, atacou o tucano.

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Rejeição quanto à forma

Ao lado da secretária estadual de Educação, Ana Seres Comin, Beto Richa entregou ao ministro da Educação o resultado de uma consulta feita com a comunidade escolar do Paraná sobre a MP 746/2016. O tucano informou que houve uma rejeição “quanto à forma” de se implantar a mudança: cerca de 90% das pessoas ouvidas reprovaram a edição de uma Medida Provisória.

“Houve uma rejeição grande quanto à forma e esse é o ponto chave que nós colocamos hoje para o ministro da Educação”, disse Ana Seres. Foram ouvidos, de acordo com ela, cerca de 16 mil paranaenses, entre estudantes, pais, professores, funcionários. A consulta foi feita durante audiências públicas regionais e também através da internet.

“Ninguém nega que é necessária uma modernização do ensino médio no país, em função dos resultados pífios que o Brasil apresenta na área da educação. Agora, como fazer isso [a reforma do ensino médio] é que nós estamos discutindo”, reforçou o governador tucano.

A reunião no MEC durou cerca de 30 minutos e o ministro da pasta não falou com a imprensa ao final. No documento entregue a Mendonça Filho, foram incluídas também as propostas da comunidade escolar sobre o tema. “São propostas de toda ordem e que agora serão analisadas pela equipe técnica do MEC. As lideranças das ocupações querem a retirada da MP, mas há contribuições também. E a MP vai até o fim, mas nossa intenção é que ela seja aprimorada, aperfeiçoada. E que todos possam colaborar”, afirmou Beto Richa.

Desdobramentos

Durante a entrevista à imprensa, o governador do Paraná também demonstrou preocupação com a continuidade das ocupações. Para ele, o protesto deve ser encerrado porque o governo do Paraná abriu o diálogo e levou as propostas dos alunos para o governo federal.

“Não tem mais justificativa para ocupação das escolas. Uma série de preocupações dos alunos já está resolvida”, disse ele, ao lembrar que no próximo dia 30 parte das escolas servirá de posto de votação nas eleições e que, nesses mesmos locais, nos dias 5 e 6 de novembro está prevista a realização das provas do Enem. De qualquer forma, o Inep, órgão do MEC responsável pelo exame, confirmou que, caso as escolas continuem ocupadas, as provas serão realocadas para outras instituições.

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