A redução de carga horária para servidores responsáveis por deficientes físicos e mentais é lei em Curitiba desde 1989. Atualmente, segundo dados da Secretaria Municipal de Recursos Humanos, 45 funcionários municipais usufruem deste direito. "A redução tem validade de um ano, depois precisa ser reavaliada", explica o chefe da divisão de perícia médica da prefeitura, Paulo Rogério Arnt. Os servidores podem ter a carga horária reduzida em até 50%, seguindo a rotina de horários do tratamento do dependente.
A professora Tânia de Fátima Vieira Guedes, 52 anos, foi a primeira a solicitar a redução. Há 16 anos a carga horária reduzida permite que ela atenda melhor o filho Flávio, hoje com 23 anos, que têm deficiência múltipla. "Não me esqueço da época em que eu trabalhava em turno integral e chegava à escola depois do horário em que as crianças eram dispensadas. Ele ficava sentado no pátio me esperando, às vezes estava muito frio e ele ali encolhido, sem querer entrar por medo de que eu não aparecesse", relembra.
Para Tânia, o direito à redução da carga horária é garantia de qualidade de vida para o servidor e para o deficiente. "A evolução do tratamento é outra. Além disso, quando eles chegam à idade adulta, principalmente, é difícil encontrar locais apropriados para atendê-los", conta. No trabalho, diz Tânia, a produtividade também muda. "Tenho tranqüilidade para fazer meu trabalho e ao mesmo tempo saber que não estou deixando de cuidar do meu filho", explica. A professora da rede estadual Maria Madalena Lopes, que aguarda para usufruir do mesmo direito, acredita que o acompanhamento direto vai permitir que o filho se torne independente no futuro. "Quanto antes ele receber estímulo, melhor vai ser o desenvolvimento dele e menos dependente ele vai ser de mim", avalia. (PK)