A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, errou ao falar o número de pessoas que passam fome no Brasil, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. A ministra falou que “no meu país, tem 120 milhões de pessoas que estão passando fome", na última segunda-feira (16). Já no dia seguinte, corrigiu o número para 33 milhões de brasileiros.
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Contudo, esse dado, que é de um estudo sobre insegurança alimentar no Brasil, publicado pela rede de pesquisadores Pensann (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) em parceria com seis entidades e ONGs, foi criticado por diversos aspectos duvidosos e do uso político dos números apresentados.
O número de 33,1 milhões se refere ao que está definido com o termo técnico “insegurança alimentar grave” na Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), usada desde 2004 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e aplicada no estudo. Mas, ao contrário da Pensann, o IBGE não utiliza “insegurança alimentar grave” como sinônimo de fome.
Reportagem da Gazeta do Povo trouxe a avaliação de especialistas de que houve politização em alguns relatórios, como no estudo de “33 milhões de brasileiros passando fome”. “A pior forma de tratar o tema da pobreza é politizar a questão. Muitos governos têm responsabilidade por este estado de coisas”, disse Fernando Schüler, doutor em Filosofia e mestre em Ciências Políticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O gerente da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, André Martins, em 2020, definiu fome como “situação em que pelo menos alguém ficou o dia inteiro sem comer um alimento”. Já a insegurança alimentar grave é uma restrição de acesso a alimentos “com uma redução da quantidade consumida para todos os moradores”. Em domicílios com insegurança alimentar grave pode ocorrer a fome, porém, não um não é sinônimo do outro.
Estudos recentes também mostraram que, em 2020, a proporção de brasileiros vivendo em extrema pobreza foi a menor registrada pelo Banco Mundial em toda sua série histórica, iniciada em 1981. Em 2019, o número de pessoas vivendo abaixo da linha de extrema pobreza era de 5,4% e em 2020 teve queda para 1,9%.
Outra pesquisa publicada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional 2022, apontou que a prevalência de desnutrição no Brasil foi menor que 5% (cerca de 4,1%). De acordo com o levantamento, seriam aproximadamente 9 milhões de pessoas nessa condição.
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