O coronel Carlos Henrique Alves de Lima declarou em depoimento, nesta terça-feira (2), que estava sozinho no carro de sua mulher quando foi assaltado por três homens armados. A versão é diferente da informada aos policiais militares, quando teria dito que a vítima do assalto fora sua mulher. Ele prestou depoimento na Delegacia de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

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O oficial contou ainda que a negociação com os criminosos, que resultou na morte do cabo Guttemberg Conceição, de 32 anos, em Costa Barros, próximo ao Morro da Pedreira, foi iniciada quando sua mulher ligou para o seu celular, que estava em poder dos criminosos.

O delegado Felipe Ettore ouviu o depoimento do coronel, de sua mulher e de um sargento PM que também foi ao local com o cabo para tentar recuperar o veículo. O militar disse, no entanto, que quando seguiu de carro para tentar resgatar o Honda Civic estava acompanhado apenas do cabo e do sargento. Sua mulher teria ido ao local depois, em outro carro.

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O delegado, que não quis dar mais detalhes da investigação, disse que todos foram ouvidos como testemunhas para elucidar o homicídio. Os três depoimentos duraram cerca de cinco horas. Felipe Ettore pretende ouvir moradores da localidade para saber se alguém presenciou o assassinato do cabo.

Segundo o depoimento do coronel Carlos Henrique, o cabo Guttemberg, que já trabalhou naquela área de Costa Barros, desceu do carro e atravessou a passarela na Estrada de Botafogo para ver se o Honda estava onde os criminosos teriam combinado. Enquanto isso, o oficial teria seguido no carro, com o sargento, para fazer o retorno.

Foi nesse momento que o cabo Guttemberg foi alvejado. Nenhum dos dois policiais conseguiram avistar os assassinos. A vítima foi socorrida e levada para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

De acordo com o depoimento na DH, o coronel Carlos Henrique estava passando pela Rua Nilópolis, em Realengo, no sábado, quando foi cercado por três homens armados que estavam em um Tucson preto. Em seguida, quando sua mulher ligou para seu telefone, foram os assaltantes que atenderam e iniciou-se a negociação. Os criminosos teriam pedido R$ 2 mil para devolver o carro.

Policial foi morto com 15 tiros

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O policial, que era motorista do coronel Carlos Henrique, foi morto com 15 tiros num dos acessos à comunidade, após participar de uma fracassada negociação para recuperar o veículo roubado.

A Delegacia de Homicídios abriu inquérito para apurar as circunstância do crime. Na manhã de segunda-feira (1º), o coronel deixou o quartel central da Polícia Militar exonerado, já que sua nomeação para o comando do Batalhão Rodoviário (BPRv) foi cancelada. Ele assumiria a função esta semana.

O policial No dia do crime, a mulher do oficial teve o carro roubado em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Ela também teve o telefone celular levado pelos suspeitos. Por esse telefone foi feita a negociação para que o carro fosse devolvido.